Selic reduz e entusiasma o setor da construção civil
Nesta quarta-feira (02), o Comitê̂ de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciou a queda da taxa Selic, que desceu de 13,75% para 13,25% ao ano.
Ou seja, essa foi a primeira redução em três anos. Em agosto de 2020, a taxa passou de 2,25% para 2,0%.
De acordo com o economista Vaner Simões, a Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Vale lembrar que, nos últimos dois meses, a inflação vem caindo por causa dos alimentos e dos combustíveis.
“Aumentar a taxa de juros é instrumento para conter a inflação, pois, o aumento do dinheiro tende a derrubar a demanda agregada da economia e também a oferta. Feita em doses certas, é um bom instrumento para conter a inflação, mas deixar ficar alta por muito tempo é um “veneno” para a economia. Com a redução da Selic, começamos a observar a inflação começando a dar uma trégua, neste sentido o Banco Central entende que é momento de começar a descer, ou ter um viés de baixa”, analisa ele.
Construção Civil
Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), revelou que desde o terceiro trimestre de 2022 o principal desafio do setor é trabalhar com juros tão elevados.
Vaner Simões destaca que a queda da Selic pode mudar esse cenário. “A maior parte dos empresários corre para as diversas fontes de financiamento, seja o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (GTS) etc. Portanto, quanto mais o preço do dinheiro cair mais vai animar os empresários a investir na construção civil. Este capital é bastante sensível a este instrumento de controle de inflação e see a Selic cair mais, a tendência é que você faça a construção civil fervilhar”, ressalta o economista.
Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon-ES), Douglas Vaz, o setor recebe a notícia com muito entusiasmo.
“O setor produtivo sofre com os efeitos das altas taxas de juros e, de forma especial a indústria da construção, que necessita de acesso ao crédito com taxas menores. Sabemos que quanto menor a Selic, mais em conta fica para o consumidor o crédito. Desejamos que esse processo de redução seja continuado para que os investimentos aconteçam e que a construção possa gerar cada vez mais emprego e moradia no país”, afirma Vaz.
Crédito e PIB
Com as taxas mais baixas da Selic, os juros são reduzidos, o que estimulam reduzir também o crédito e incentivam a produção e o consumo. Porém, taxas mais baixas dificultam o controle da inflação.
Além disso, após a divulgação da queda da taxa, que diminuiu 0,50%, estima-se que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,9% no primeiro trimestre. De acordo com o último boletim Focus, analistas econômicos estimam a expansão de 2,24% do PIB em 2023.