Setor moveleiro: faturamento cai 5% este ano
Desde o final do ano passado, o setor moveleiro do Espírito Santo vem enfrentando uma retração no mercado. E essa retração resultou numa queda de 5% em média, no faturamento das indústrias no início deste ano, comparad0 a igual período de 2022.
Na avaliação do diretor do Sindimol – Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte do Espírito Santo – o ano passado foi um período marcado pelas disputas eleitorais, um ano político, “e que naturalmente gera expectativas e incertezas que afetam o mercado”, enfatiza o diretor do Sindicato Edmilson Supelete.
Mas, o empresário, que atua no maior polo moveleiro do Espírito Santo e um dos maiores do Brasil, aponta que o setor de móveis está em processo de recuperação, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a fevereiro de 2023 .
Setor Moveleiro
Dados da PIM-PF mostram que a indústria extrativista, matéria-prima para a fabricação de móveis, está na lista das atividades que registraram alta. O aumento de 4,6% das indústrias extrativistas foi destaque na produção industrial. Nesse setor, está inserida a indústria da madeira e de outras matérias-primas usadas na indústria moveleira, que intensificaram a expansão em janeiro (3,4%).
Na variação mês/mês, os indicadores da fabricação de móveis cresceram 0,2% entre janeiro e fevereiro de 2023. Um resultado estável, mas que intensifica o processo de recuperação das perdas acumuladas em meses anteriores.
Dessa forma, após fechar o acumulado de 2022 com queda de 16,2%, a indústria moveleira apresentou fôlego em janeiro de 2023. Com o volume de perdas acumuladas caindo, então, para 12,8% em 12 meses. O novo aumento de produção no setor em fevereiro, fez com que número caísse ainda mais, com a variação ficando em -10,4%.
Indústria Nacional
A pesquisa mostra que a produção industrial brasileira recuou 0,2% em fevereiro de 2023, em comparação ao mês interior. Este é o terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando queda de 0,6% no período. Isso, após o resultado de -0,1% na passagem de novembro para dezembro e de -0,3% entre dezembro e janeiro.
Entre as 25 atividades pesquisadas, nove apresentaram recuo e 16 fecharam o mês com alta na produção.
Pandemia
O corona vírus “trancou” muita gente dentro de casa e isso fez com que várias pessoas investissem em melhorias na infraestrutura doméstica. Assim, no varejo, o segundo semestre de 2020 foi marcado pelo aquecimento do consumo de móveis e colchões, gerando um crescimento nacional de 11,9% no volume acumulado de vendas de móveis em relação ao ano anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já nos anos seguintes, o mercado vivenciou um cenário de quedas: -1,9% (2021) e -11,1% (2022).
Na indústria, o cenário foi um pouco diferente. No primeiro ano da pandemia (2020), o volume acumulado de produção de móveis experimentou um leve decréscimo de 1,35% (431,6 milhões de peças produzidas no ano, contra 437,5 milhões em 2019).
E a produção não se manteve em crescimento porque houve um colapso na cadeia de suprimento, que não conseguiu dar conta da demanda crescente. Assim, a indústria ficou sem a matéria-prima necessária para suprir a demanda de mercado.
Por Leticia Vieira e Luciene Araujo