Vagas x desemprego. Um desequilíbrio incoente, mas muito real no mercado de trabalho. Nas rodas de negócios ou mesmo de conversa informal, empresários da construção reclamam da dificuldade e, por vezes, até mesmo da falta de mão de obra. Por outro lado, há muitos profissionais que continuam desempregadas. Então, por que esse incoerente desequilíbrio?

“Esse é um problema registrado nas mais diversas áreas de mercado. Mas, na construção civil ele se destaca um pouco mais, por ser uma cadeia muito grande, que gera um volume muito grande de empregos diretos e indiretos”, aponta o diretor Administrativo, Gente e Gestão e Contabilidade da Jave Construtora, Sidcley Gabriel.

Mas, as qualificações não param por aí. Especialista em gestão de pessoas e mentor profissional de executivos, ele atua também como conselheiro na Associação Brasileira de Recursos Humanos. Bem como professor de MBA e consultor do Sinduscon. Por meio de sua vasta expertise, Sidcley Gabriel foi o convidado do Papo com Especialista desta semana, no Programa Quem Constrói, da Pan News (90,5 FM). E dividiu conhecimento de qualidade com os ouvintes.

Vagas X desemprego

Na avaliação do especialista, ao contrário do que muita gente imagina, a razão desse desequilíbrio não está apenas na falta de capacitação. Ele garante que há uma discrepância grande ao comparar a quantidade de vagas com a de pessoas desempregadas, mesmo que habilitadas e empenhadas em ocupar essas vagas.

“Talvez boa parte desse desequiíbrio esteja no desencontro de informações. Ou seja, entre o que as empresas precisam para a o que as pessoas estão buscando”, argumenta.

Habilidade de aprender

A tecnologia impacta de maneira bastante significativa nos diversos segmentos do mercado. E na construção civil não é diferente. O setor tem demandando uma capacitação de mão-de-obra muitas vezes específica.

“Uma das competências em nível mundial que mais tem se buscado no mercado é a competência de aprender a aprender. Vivemos em um mundo tecnológico em que a informação está na palma da mão. Então, quando a gente fala de aprendizado, hoje ele está muito mais acessível. E basta dar um Google para encontrar tutoriais, cursos gratuitos, outros pagos. Enfim, tudo que você precisa para agregar o conhecimento necessário ao desenvolvimento da sua atividade”, enumera.

Sidcley destacou que o profissional em busca de uma vaga de emprego precisa entender sua responsabilidade nesse processo. E exemplificou com uma oferta de vaga para arquiteto. “Em todo o mundo, arquitetos já atuam com a realidade de tecnologia 3D. Portanto, rodando projetos em  BIM, Revit e Arquicad. Assim, o Autocad se tornou  praticamente o Orkut. Então, se um arquiteto está em busca de oportunidades, essa contrapartida precisa ser inerente ao profissional. Não estou generalizando, mas muitas vezes as pessoas querem atribuir a responsabilidade delas para as empresas”, enfatiza.

Capacitação X Seleção

Empresas e entidades de classe têm reagido diante da demanda de um maior conhecimento tecnológico. Por isso, os casos de empresas que oferecem curso de capacitação gratuita têm sido recorrentes na construção civil.  “Essa ocorrência é comum. Nesse sentido, por falta de informação às pessoas, muitas vezes faltam oportunidades”.

As entidades promovem constantes canais de capacitação, incluindo cursos, palestras, encontros técnicos. Por isso, ficar de olho nas oportudades é um passo muito importante. E no contexto de aumentar as chances de ser contratado, o ideal é ir além da qualificação técnica. Sidcley, enumerou qualidades e cuidados que a pessoa precisa ter na hora da entrevista de emprego.

“Estamos vivendo um momento no mercado em que o comportamento das pessoas tem se tornado cada vez mais relevante para as empresas do que habilidade técnica . Porque habilidade técnica a gente consegue ensinar. Então as empresas têm buscado muito mais características, qualidades e comportamentos que somam a sua cultura , que agregam ao negócio, ajudam no desenvolvimento do trabalho, das entregas”.

Redes Sociais

Atualmente, as redes sociais são estratégicas para auxiliar o profissional a ingressar no mercado de trabalho. Afinal, cada vez mais as empresas têm utilizado este recurso tanto para convocar quanto para selecionar candidatos. Ou seja, os recrutadores estão de olho no universo digital.

Segundo pesquisa da agência “We Are Social”, o brasileiro ocupa o segundo lugar no ranking de horas na internet. Ao todo, são nove horas por dia navegando, sendo três horas exclusivamente nas redes sociais.

Da mesma forma, a pesquisa “Social Media Trends” mostra que 92% das companhias possuem perfis nessas plataformas. Bem como os utilizam também para monitorar seu funcionários ou candidatos.

“E na construção civil não é diferente”, aponta Sidcley Gabriel. Portanto, “as redes sociais são uma vitrine que pode impactar, positiva ou negativamente, na hora de conseguir um trabalho. Hoje a gente não consegue mais separar o profissional da vida social. Não dou uma pessoa dentro da empresa e outra fora dela. As pessoas me conhecem como o Sidicley da constreução civil, da Jave, do Sinduscon. As instituições que você representa acabam se tornando um pouco o nosso sobrenome”.

Então, quando o mercado olha para as redes sociais, verifica como as pessoas estão se expondo. “E a gente começa a entender se de fato o comportamento daquela pessoa está adequado às prioridades, aos valores da empresa”, garante.

Quem Constrói

O programa Quem Constrói vai ar ar toda quarta-feira, pela Pan News (90,5 FM), sempre às 15 horas. Apresentado pelas jornalistas Letícia Vieira e Luciene Araujo, ele traz muita informação sobre o universo da construção civil.

A cada semana, um tema se destaca no quadro Papo om Especialista, que leva ao estúdio os mais renomados profissionais em suas áreas de atuação. Os ouvintes participam enviando perguntas, críticas ou sugestões de pauta para a produção. O programa disponibiliza dois canais para isso: o e-mail [email protected] e o whatspp (27) 99953-8614.

Confira na íntegra, o conteúdo do programa veiculado no dia 09 de agosto: