Uso inadequado de EPI aumenta em 30% risco de acidentes
Há mais de 80 anos, o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) no Brasil não é apenas essencial para a segurança dos trabalhadores em diversas indústrias – ele é obrigatório em uma gama de atividades. Sua aplicação em grande escala hoje é consequência de normas que regem a utilização desses equipamentos, importantes na prevenção de acidentes. Por isso, as empresas mais conscientes têm atenção às regulamentações de saúde e segurança do trabalho. Afinal, elas salvam vidas.
Não é exagero. Estudos revelam que o uso inadequado de EPIs pode aumentar em até 60% o risco de acidentes graves no ambiente de trabalho. Por outro lado, um artigo de Melzner et al (2013) apontava que o uso dos equipamentos de proteção contra quedas diminui os riscos em 30%.
De acordo com Thiago Avelino, técnico em Segurança do Trabalho e CEO da SafetyTec, startup que promove eficiência operacional das empresas por meio de soluções tecnológicas, isso reforça a importância de as normas e orientações estabelecidas serem cumpridas rigorosamente. “Os dados são alarmantes e evidenciam a necessidade de um acompanhamento mais rígido por parte das empresas no uso de EPIs. Atualmente, é possível fazer essa gestão de forma automatizada, ou seja, não há desculpas para não priorizar a segurança”, afirma.
USO DE EPI É QUESTÃO LEGAL
As empresas são legalmente obrigadas a fornecer EPIs adequados e assegurar que seus funcionários estejam devidamente treinados para utilizá-los corretamente. A disponibilização de equipamentos específicos para cada tipo de risco, como máscaras para ambientes com produtos químicos, é uma das exigências mais comuns.
Mas não basta fornecer os equipamentos. É também responsabilidade das empresas fiscalizar seu uso durante a jornada de trabalho. “O monitoramento constante e a realização de treinamentos periódicos são fundamentais para garantir que os colaboradores compreendam a importância do uso adequado dos EPIs. Tanto que aqueles que se recusarem sumariamente a cumprir essa regra serão advertidos e podem até ser demitidos por justa causa. Quando o assunto é segurança, não há meios termos”, pontua o especialista.
As empresas que atuam sem cumprir essa norma são penalizadas, podendo levar a multas, processos judiciais e danos à sua reputação corporativa. “A falta de conformidade com a legislação não leva apenas a penalidades financeiras, mas também coloca em risco a integridade física dos funcionários. Isso manda uma mensagem direta sobre o valor que eles têm para a companhia. Está tudo interligado”, ressalta Avelino.
TECNOLOGIA É ALIADA
Softwares de gestão, como o BuscaEPI e o ConsultaCA, têm se mostrado ferramentas eficazes para auxiliar as empresas na administração dos EPIs. Esses sistemas permitem o controle rigoroso dos registros de uso, a manutenção e a substituição dos equipamentos, além de facilitar a realização de auditorias internas. “A tecnologia tem sido uma enorme aliada na gestão de EPIs, permitindo que as empresas mantenham um controle mais eficiente. As antigas planilhas estão sendo substituídas por sistemas mais complexos onde a reposição dos itens é constante e é possível identificar rapidamente quem não está cumprindo as exigências”, observa Avelino.
Além do controle e da manutenção, a tecnologia também tem sido fundamental para atender à demanda crescente por personalização no uso de EPIs, permitindo que os equipamentos sejam ajustados às necessidades específicas de cada trabalhador. Ferramentas de digitalização e modelagem 3D, por exemplo, são utilizadas para criar EPIs sob medida, garantindo maior conforto e eficácia na proteção.
Isso é especialmente relevante em setores onde a precisão dos equipamentos pode influenciar diretamente a segurança, como na indústria química e na construção civil. O mal ajuste ou desconforto no uso das peças é uma das queixas mais comuns entre os colaboradores, agora sanada com a ajuda dos avanços tecnológicos.
O uso de tecnologia, combinado com uma cultura de segurança bem estabelecida, pode diminuir os riscos para todos – colaboradores e empresários. “O assunto é complexo, mas a resposta pode ser bastante simples: investimento em novas ferramentas e treinamentos constantes lembram a todos das prioridades e mostram que o que está em jogo é, antes de tudo, vidas humanas”, conclui Thiago Avelino.