Governo Bolsonaro quer mudar forma de contratação de servidores públicos. Entenda
Neste sábado (29) ocorreram manifestações contra o governo Bolsonaro em mais de 200 cidades pelo país, com maior adesão especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Entre os organizadores, estavam movimentos sociais, partidos de esquerda e centrais sindicais. Mas qual o impacto que o movimento pode ter sobre o atual governo?
Haveria pressão suficiente para ensejar um impeachment, como defendido por boa parte dos manifestantes? E como isso pode afetar a agenda de reformas?
Com a redução do período de campanha eleitoral, desde 2018 a pré-campanha ganhou peso na corrida presidencial. Nas últimas quatro semanas, houve manifestações políticas relevantes, sendo as três primeiras mobilizadas pelo presidente da República Jair Bolsonaro, e a deste final de semana uma resposta por quem se opõe ao governo. E é esse fator que está por trás do presidente, por exemplo, mobilizar seus apoiadores mais fiéis, da mesma forma que fez na pré-campanha anterior, bem como da mobilização, embora seja reativa (anti-governo) e (ainda) não propositiva (a favor de um candidato determinado).
E, nesse sentido, os protestos contra o governo foram muito significativos, especialmente ao se considerar o contexto pandêmico, em que há um percentual da população que apoia o movimento e poderia comparecer não fosse a Covid-19.
Pedidos de impeachment por parte do eleitorado fazem parte do jogo político. O processo, que é jurídico e político, depende de diversas variáveis para ser iniciado. Porém, considerando que falta pouco mais de um ano para o início da corrida eleitoral, a avaliação entre os parlamentares majoritários da oposição é de que “não há tempo suficiente”. Além disso, o interesse do momento é de enfraquecer o governo para a próxima eleição, pois eventual impeachment poderia embaralhar um jogo em que, ao menos na fotografia atual, as pesquisas mostram Lula (PT) como um forte candidato.
Vale ressaltar, contudo, que uma premissa de análise de impacto de uma manifestação para o mundo político é que elas tenham uma pauta concreta, sejam numerosas e recorrentes. Em outras palavras, uma manifestação sozinha “não faz verão”. As de sábado podem ser um primeiro passo, mas ainda insuficientes para um prognóstico de como pode influenciar os tomadores de decisão em Brasília.
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