Brasil piora em ranking de combate à corrupção
No último domingo (13), o banco BTG Pactual revisou a expectativa da taxa Selic até o fim do ano. De 5,5%, o valor esperado agora é de 6,5% ao ano. A partir disso, a taxa de juros básica da economia brasileira deve ser um dos pontos focais da semana, uma vez que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá hoje e amanhã com o objetivo de ajustá-la.
Desde a última reunião do Copom no dia 5 de maio, as expectativas do IPCA em 2021 continuaram ascendentes, de 5,05% em direção à 5,44%. Por isso,espera-se que o ciclo de elevação de juros seja mais intenso, motivando a revisão nas projeções da equipe de research do banco.
Além do ciclo de alta das commodities e a desvalorização do real, a recuperação econômica e as expectativas do PIB brasileiro foram outros fatores adicionados na análise, dada a trajetória dos últimos 45 dias e o resultado trimestral lançado na semana retrasada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O ambiente de atividade mais forte que o esperado tem antecipado as projeções de fechamento do hiato do produto do primeiro trimestre de 2023 para o segundo trimestre de 2022. Vale lembrar que o hiato do produto representa a diferença entre o PIB potencial da economia e o PIB nominal, ou seja, o “realizado”. Assim, como consequência, há espaço para repasse de preços do atacado até o consumidor final.
Nesse sentido, esses fatores podem pressionar os preços tanto no segundo semestre de 2021 quanto ao longo de 2022. Portanto, a fim de evitar que o IPCA do próximo ano não ultrapasse a meta de inflação, o Banco Central levará em consideração essas informações para fazer seus ajustes.
A partir dessas atualizações, o BTG, bem como boa parte do mercado, acredita que a Selic deve ser reajustada em 0,75% e anunciar uma nova alta na mesma proporção para a reunião de agosto, uma vez que as expectativas apontam para a continuidade do ciclo de alta dos juros.
Por fim, vale ressaltar que há um fator de risco político a ser considerado, pois o Supremo Tribunal Federal (STF) deve votar, entre os dias 18 e 25 de junho, a autonomia do BC. Caso a corte contrarie a decisão do Congresso Nacional, novas expectativas de juros e inflação devem ser apresentadas nos próximos meses.
Em suma, com inflação em alta, retomada econômica mais forte e risco político logo à frente, o BC deve se antecipar e adotar um tom mais duro no comunicado desta quarta-feira (16).
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória