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Na última terça-feira (22), foi divulgada a Ata de última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorreu na semana anterior. Nos destaques, a incerteza com o cenário da inflação para os próximos meses ainda é o principal tópico no radar do Banco Central, que seguirá guiando os rumos da política monetária até o fim de 2021.
Não é novidade para os brasileiros que o nível de preços vem crescendo consistentemente ao longo deste ano. Não à toa, o acumulado de 12 meses em maio atingiu a marca de 8,06%, acima da meta de inflação do BC em 2021. Por outro lado, o comitê também considerou a ameaça de crise hídrica, que pode afetar grande parte dos setores da economia nacional.
Além disso, mesmo com a redução do risco fiscal, ainda há a recuperação econômica que deve seguir em ritmo considerável ao longo dos próximos meses, com o avanço da vacinação em todo o Brasil. Ou seja, com pressão sobre os custos de produção, liquidez na economia, recuperação e possibilidade de crise hídrica, o BC indica que o risco inflacionário ainda deve ser tratado com cautela.
Por isso, além da última elevação da taxa Selic em 0,75 ponto porcentual (p.p), atingindo o patamar de 4,25% ao ano, o Copom adverte que há a possibilidade de elevar os juros básicos da economia no mesmo patamar da última reunião, ou até em um p.p.
Para os investidores, essa expectativa de elevação na taxa Selic até o fim do ano, que segundo o BTG Pactual pode chegar a 7,5% ao ano em 2021, é uma oportunidade para investir seus recursos em produtos pós-fixados. Nessa modalidade, há CDBs, LCIs, LCAs, CRIs, CRAs, debêntures, entre outros, como já abordados na coluna Finanças de A a Z assinada por Ana Porto.
“A elevação dos juros, em termos de posicionamento de produtos, é sempre interessante estar atrelado ao CDI para aproveitar esse ganho. Por isso, a tendência é que nos próximos meses, ofertas menos atrativas ligadas a esse indicador sejam emitidas pelos bancos”, afirma Leonardo Coser, Head de Renda Fixa do time de Portfolio Solutions da APX Investimentos.
“Em suma, vale destacar que no aumento da Selic, é interessante se manter atrelado a títulos que estejam ligados à taxa básica da economia brasileira. Essa é a melhor maneira de aproveitar essa curva crescente dos juros. Também há uma oportunidade de rever as posições pré-fixadas, com atenção com a possibilidade de haver retornos negativos dependendo do momento de entrada do investidor”, acrescenta.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória