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Um dos grandes fantasmas dos brasileiros é a inflação, que nos últimos 12 meses vem atormentando o país. Porém, embora a carga inflacionária atinja a todos, ela tem sido ainda pior entre a população mais vulnerável. É o que mostra levantamento do Ipea, que analisa a inflação por faixa de renda.
As famílias que possuem renda domiciliar inferior a R$ 1.650,50 acumularam nos últimos 12 meses até julho 10,05%, um patamar bem acima dos 7,11% observados no segmento mais rico da população. Esse indicador é separado por seis faixas de renda familiar, entre R$ 1.650,50 por mês e acima de R$ 16.509,66, no caso da renda mais alta.
Entre os mais pobres, a variação dos preços passou de alta de 0,62% em junho para elevação de 1,12% em julho, enquanto nas famílias de renda mais alta, a inflação saiu de 0,36% em junho para 0,88% em julho.
Ou seja, além do acumulado de 12 meses afetar mais os pobres, houve aceleração inflacionária em itens que os afetam mais.
Em julho, a maior pressão sobre a inflação partiu dos gastos com habitação. A energia elétrica subiu 7,88%, devido ao aumento de 52% na cobrança extra sobre as contas de luz pelo acionamento da bandeira vermelha patamar 2. No país, houve ainda reajuste tarifário em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.
Vale destacar ainda o aumento do preço do gás de botijão, que aumentou 4,17% em julho em virtude da alta do petróleo no mercado internacional e ao aumento do dólar do período. Ainda houve encarecimento de 0,6% dos alimentos e 0,19% de bebidas, além da alta de 1,52% nos transportes, com reajustes nas passagens de ônibus. São itens que proporcionalmente afetam mais a renda dos mais pobres.
Já as famílias de renda alta tiveram maior pressão inflacionária pelos reajustes da gasolina (1,6%), das passagens aéreas (35,2%) e do transporte por aplicativo (9,4%).
Além da população mais vulnerável economicamente sentir mais o peso da inflação, há ainda um fator agravante: essa parcela da população está menos inserida em ativos do mercado financeiro, isto é, a parcela que possui economias, acaba alocando em produtos cujo rendimento está perdendo para a inflação.
Entre eles, a poupança, opção preferida entre os brasileiros, mas que tem amargado rendimentos inferiores ao da inflação em todo o último ano. Isto é, investir é, justamente, para preservação o patrimônio já conquistado, evitando que ele perca para a inflação.
A banker de Wealth Management na APX Invest e colunista de Finanças de A a Z Ana Porto explica que entre as opções para preservar o poder de compra, há produtos atrelados a própria inflação. “Há opções de debentures, Títulos do Tesouro NTN-B ou mesmo CDB indexados à inflação. Esses produtos remuneram seus investimentos corrigindo IPCA (índice que mede a inflação) e adicionando um percentual fixo”, diz.
Isso significa que há produtos de renda fixa que remuneram o IPCA mais um premium. “Vale lembrar que são produtos de renda fixa, não trazendo grandes oscilações ao seu portfólio de investimentos”, explica.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória