Inflação para os mais pobres é quase 30% maior que a de ricos
Em meio às agitadas pesquisas eleitorais, que mostram favoritismo da polarização entre Lula e Bolsonaro, ainda há diversos palcos eleitorais até as eleições de 2022, como quais serão as regras do jogo diante da reforma eleitoral em tramitação no Congresso e o partido do presidente Jair Bolsonaro. O que está em jogo e qual o partido mais provável?
O sonho do presidente Bolsonaro é ser candidato pelo Progressistas. É a avaliação de Creomar de Souza, CEO da Dharma Politics, uma das consultorias políticas mais prestigiadas do país. “Ele tem uma história já dentro do partido, onde permaneceu entre 2005 e 2016. Porém, isso não significa que ele tivesse grande notabilidade dentro do partido. Em 2014, por exemplo, tentou compor a chapa de Aécio Neves (PSDB) como vice, tentou falar na convenção, e à época Ciro Nogueira nem o deixou ele falar”, explica.
O PP é atualmente o terceiro partido com maior representação no Congresso, com 41 deputados federais e 7 senadores. Dessa forma, é uma das agremiações que terão maiores recursos partidários para as eleições de 2022, como o fundão eleitoral e tempo de televisão, o que poderia contribuir para aumentar a competitividade da candidatura do presidente.
Porém, há resistências internas no PP em acolher Bolsonaro e oferecer palanque ao presidente. “Para o PP pode ser um jogo arriscado porque trata-se de um partido pragmático, que assume missões de acordo com quem governa o país no momento. Foi assim nos governos de Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma, Temer e agora de Bolsonaro”, afirma. “Ou seja, é um partido de entrega de resultados em troca de acesso a construir políticas públicas e acesso a verbas e orçamento. E se Bolsonaro não vencer a eleição, como eles conversarão com quem terá poder em 2023?”, questiona o analista político.
Mas ele alerta que Bolsonaro “sabe o jogo que está jogando”, tanto que colocou Ciro na Casa Civil, aproximando-se do PP. Nesse sentido, o deputado André Fufuca (MA), que assumiu a presidência do Progressistas após Ciro Nogueira (PI) ser nomeado ministro da Casa Civil, admitiu que a aproximação do partido ao governo Bolsonaro, a filiação do presidente é uma possibilidade. “Ainda há muito tempo para se decidir isso, mas com certeza há essa possibilidade”, disse. Ele revela que o plano do Progressistas é ter, em 2022, a maior bancada no Congresso, projeto que vem sendo desenvolvido nos últimos três anos.
Acaso as negociações com o partido falharem, Bolsonaro já tem se precavido buscando outros espaços, conversado com o Patriotas (onde está seu filho, o senador Flávio Bolsonaro), além do Republicanos e do próprio PSL, onde saiu por ter sentido que não teria o controle da legenda de Luciano Bivar.
Cena para os próximos capítulos.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória