Ago 2021
29
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

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porLuan Sperandio

Resultados Esportivos X Marketing

Após desembolsar 117 milhões de euros, Cristiano desembarcou na Juventus e conquistou o título do Campeonato Italiano em 2019 e 2020, ajudando a manter a hegemonia do clube, que durou nove temporadas. Contudo, os bianconeri tiveram a sequência encerrada após o título da rival Internazionale.

Paralelamente, o time italiano foi eliminado na Champions League em três oportunidades por times considerados inferiores tecnicamente.

Foram conquistadas ainda uma Copa da Itália e duas Supercopas italianas, com Cristiano marcando 101 gols e fazendo 22 assistências, ao longo de 134 jogos disputados.

A despeito disso, a percepção é que a Juventus involuiu tecnicamente: o clube era considerado um dos mais fortes da Europa até 2019, e hoje a sensação é de estar em um segundo escalão.

Reputação global do clube

A vinda de Cristiano integra uma estratégia da Juventus, um clube tradicional de Turim na Itália, de globalização da marca, seguindo os passos de clubes como o Real Madrid, Barcelona e Manchester United. Afinal, para as marcas, reputação é fundamental para manter a boa imagem frente ao público-alvo e se conectar com seus consumidores, isto é, os torcedores. É o chamado capital reputacional.

Em busca disso, entre outras mudanças, integra-se a nova identidade visual, a criação de produtos que vão até ao primeiro hotel para torcedores de um time na Europa, localizado em Turim, e até uma série na Netflix, a Prima Squadra.

Juntamente com a contratação de Ronaldo, os esforços mostraram resultados. A quantidade de seguidores no Twitter e no Instagram da Juve, por exemplo, foi superior a 500%. O propósito é engajar novos torcedores para consumidores produtos do clube, não apenas para o presente, mas para o futuro.

O sucesso do marketing precisa vir acompanhado do campo

O jornalista bianconero Murillo Moret afirma que com toda certeza o clube aumentou seu “awareness”, com ganhos de reputação, mas houve um retrocesso esportivo.

“É inegável que a exploração de marca e reconhecimento da mensagem quando você consegue vender a imagem do Ronaldo, sendo bom para todos os envolvidos: Para a Juve, que aparece em todos os lugares; para outros jogadores, que ou vão atuar ao lado ou contra ele; e também para a liga italiana, que pode estabelecer novos contratos comerciais em virtude dele”, afirma.

Contudo, Moret alerta que não se trata de “algo perpétuo”, e nem algo que se sustente “em caso de insucesso desportivo”. Um caso bem sucedido foi o Manchester United no mercado asiático nos anos 2000. “Outro caminho ocorre se você  tiver dinheiro de sobra para fazer novas contratações de renome, como o Real Madrid e o PSG”, diz.

Antes de Cristiano, o mercado brasileiro era pouco explorado pela Juventus se comparado a outros clubes italianos, como Milan e Internazionale. Milhares de brasileiros, incluindo muitas crianças, passaram a acompanhar o time mais de perto por causa do português. A questão agora é saber se com a saída do craque estes continuarão torcendo pelo time, algo que muito provavelmente dependerá de uma retomada esportiva do time de Turim nesta temporada.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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