Set 2021
7
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

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porLuan Sperandio

A estratégia de cada grupo pensando em 2022

Se até 2014 as eleições duravam 90 dias apenas no primeiro turno, elas foram diminuídas pela metade, o que diminui a chance de outsiders conseguirem se viabilizar politicamente. Assim, com a redução do período de campanha eleitoral, desde 2018 a pré-campanha ganhou muito peso na corrida presidencial.

O próprio Bolsonaro, por exemplo, se notabilizou bem antes do início da última campanha eleitoral, com seus anos de 2015 até 2018 sendo marcados por viagens pelo país e estimulando apoiadores a recebê-lo em aeroportos, eventos e comícios.

Essa mesma estratégia está em curso para o próximo ano também. Com a melhora da pandemia, as ruas voltaram a ser utilizadas como palco eleitoral a partir do início de maio, e passamos a ter consecutivas manifestações políticas relevantes. A maioria delas foi mobilizada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, muitas vezes marcadas pelas motociatas.

Bolsonaro busca mobilizar seus apoiadores mais fiéis, da mesma forma que fez na pré-campanha anterior.

Em paralelo, outras manifestações foram feitas em resposta por quem se opõe ao governo. As mais identificadas como de esquerda foram mobilizações reativas (com narrativa anti-governo) e (ainda) não propositiva (a favor de um candidato determinado), embora esses grupos integrem a base de apoio de Lula (PT), que lidera as pesquisas presidenciais.

O interesse deste grupo no momento é o de enfraquecer o governo para a próxima eleição, com a narrativa de que “se não conseguirmos retirar Bolsonaro no impeachment, será na urna”.

Já as manifestações do dia 12 também se caracterizam pela reatividade ao governo federal, mas não há identidade de esquerda, mas sim mobilizada por grupos que eram identificados como a base do lava-jatismo. Trata-se de um grupo cansado da polarização PT X Bolsonaro, e que integra entre 40% e 50% do eleitorado.

Nesta toada, há grupos como o Vem pra Rua, o Livres, o Movimento Brasil Livre (MBL), além de militantes do partido Novo. Esse grupo integra eleitores que não são identificados com a esquerda, mas que não integram mais a base de apoio de Jair Bolsonaro, buscando por um terceiro nome.

Contudo, ainda não há um nome eleitoral que desponte fortemente para este grupo, reunindo e capitalizando apoio da maioria. Entre os nomes mais citados de apoio há Sérgio Moro (Sem partido), Eduardo Leite (PSDB) e João Amoedo (Novo), que, inclusive, confirmou presença nos atos do dia 12. Sem um nome e uma estratégia bem definida, esse movimento tende a ter um potencial eleitoral reduzido.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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