Jan 2022
18
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

Jan 2022
18
Luan Sperandio
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porLuan Sperandio

O poder do capital reputacional

O investidor Warren Buffett certa vez afirmou: “São necessários 20 anos para construir uma reputação e apenas cinco minutos para destruí-la”. Hoje, no mundo da informação, esse tempo pode ser ainda menor. Não à toa, bastam cerca de 100 dias — ou menos — para que os brothers saiam da casa amados ou odiados por grande parte dos brasileiros que acompanham o programa. Porém, mesmo diante de uma repercussão negativa do participante no programa, tudo depende de uma boa “gestão de crise” na sequência.

Na edição de 2021 do reality, por exemplo, a cantora Karol Conká, foi eliminada com a maior rejeição da história do programa, e mesmo tendo tido um saldo positivo de 100 mil seguidores no Instagram ao final de sua participação, após a sister ser rotulada como “a vilã do BBB 21”, ela perdeu quase 2 milhões de seguidores!

Para piorar a situação, após as polêmicas, Karol chegou a correr o risco de perder R$ 5 milhões em cancelamento de shows e contratos de patrocínio, segundo a revista Forbes. Ou seja, quase cinco vezes o prêmio do vencedor, o que apenas ilustra o potencial financeiro que uma perda de reputação pode causar. Logo após a saída do programa, a cantora conseguiu “controlar a narrativa”, e lançou um bem sucedido documentário, que atingiu o recorde histórico de consumo do Globoplay, acumulando 716 mil horas assistidas em um único dia.

Outro grande exemplo é o da advogada e maquiadora Juliette Freire, que começou o programa com menos de quatro mil seguidores no Instagram e, hoje, tem quase 33 milhões de seguidores na rede. Com tantos seguidores, avalia-se que a ex-BBB fature até R$ 400 mil por um post no feed e três stories no Instagram.

Ainda durante sua participação no programa, o poder de Juliette ficou evidente, quando ao vencer uma prova patrocinada pelo celular modelo Galaxy Z-Flip, da Samsung, foi suficiente para proporcionar o esgotamento do produto no site da marca.

Não à toa, ela já recebeu mais de R$ 45 milhões em ações publicitárias desde que saiu do programa.

Outro exemplo vem do economista Gilberto Nogueira, o Gil do Vigor, perdeu o BBB 2021, mas sua simpatia e carisma o fizeram faturar R$ 15 milhões em menos de seis meses em ações publicitárias, 10 vezes mais do que a premiação do programa!

Outro exemplo do potencial de capital reputacional ocorreu em 2020, com uma sister que nem sequer teve uma atuação tão destacada. Você conhece ou lembra de Marcela McGowan? A médica ginecologista passou longe de vencer o programa, mas seu curso online sobre autoconhecimento e sexualidade viralizou nas redes sociais, e quando ela foi eliminada no paredão, descobriu que mesmo assim tinha se tornado milionária ao vender quase R$ 1,2 milhões!

Expandindo o raciocínio para fora da “casa mais vigiada do Brasil”, a reputação se tornou um bem intangível. Assim, empresas, influenciadores e marcas tendem a se preocupar cada vez mais com sua imagem perante terceiros.

Reputação pode valer muito dinheiro!

Para as empresas, a reputação é fundamental para manter a boa imagem frente aos clientes e se conectar ao público-alvo. Não à toa, cada vez mais elas investem em iniciativas como Environmental, Social and Corporate Governance (ESG).

Já para indivíduos, a boa reputação pode garantir bom emprego e prestígio social, além de retornos monetários. Apesar do campo específico ser recente para uma investigação rigorosa da ciência, a análise de custo benefício na economia auxilia a entender a importância da reputação.

Para o caso do Big Brother Brasil, o custo para os participantes em termos emocionais e temporais é claro. Afinal, os concorrentes ficam semanas ou meses confinados, sem contato com familiares, amigos e compromissos profissionais, paralisando sua vida no momento em que aceitam entrar na casa. Por outro lado, os famosos que são convidados possuem uma carreira construída em anos e que pode ser manchada ao longo do reality.

Contudo, os benefícios, principalmente na era digital, podem ser ainda maiores: grande parte dos brothers saem conhecidos por milhões de brasileiros, que impulsionam sua fama e engajamento nas redes sociais, atraindo patrocínios das mais diversas marcas e empresas e outras oportunidades que, provavelmente, nunca teriam ocorrido sem a participação no programa. No fim das contas, ganhando ou perdendo, o R$ 1,5 milhão não vale quase nada perto da mudança de vida que um reality show como o BBB pode proporcionar aos seus protagonistas.

Para quem você está torcendo em 2022? Muito provavelmente, mesmo se ele não vencer, estará milionário daqui alguns meses.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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