O que esperar do 7º Encontro Folha Business, que terá Sérgio Moro
No 7º Folha Business, o ex-juiz e pré-candidato à presidência da República Sérgio Moro (Podemos) foi questionado se acredita na possibilidade de união dos chamados candidatos da terceira via — aqueles que se opõe tanto ao ex-presidente Lula (PT) e à reeleição de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo pesquisa do Futura Inteligência, um terço do eleitorado não aprova nenhum dos dois candidatos, e busca a terceira via. Esses eleitores estão hoje diluídos entre várias candidaturas, além de haver um percentual de eleitores indecisos, que podem simplesmente votar em branco.
“Não gosto da expressão terceira via porque pressupõe um cenário dado de primeira e segunda via, mas faltam 8 meses para a eleição, muito pode acontecer até lá”, afirmou Moro.
Ele citou que conversou muito ao longo de 2021 com possíveis candidatos, como João Amoedo (Novo) e Luiz Henrique Mandetta (DEM), que desistiram de disputar a eleição. Sem um nome que pudesse rivalizar com a polarização mostrada pelos institutos de pesquisa, decidiu candidatar-se.
“Há um compromisso informal de aglutinação em torno do candidato com melhores chances de êxito, mas não sei se será cumprido”, confessou Moro. “Essa união é desejável, mas precisamos combinar com o eleitor. Em 2018, por exemplo, a aglutinação de partidos não resultou em votos”, afirmou, referindo-se a Geraldo Alckmin, então pré-candidato pelo PSDB.
Questionado se abriria mão da candidatura como cabeça de chapa, Moro sinalizou que sim, mas fez considerações sobre o cenário. “É uma pergunta hipotética. Seria a decisão mais lógica, pois foi o compromisso que assumimos, mas o fato concreto é que estou em 3º nas pesquisas, e não faz sentido um candidato com mais chances abrir mão em relação a candidatos que nem pontuam nas pesquisas”, afirmou, em uma possível crítica à Simone Tebet (MDB) e Eduardo Leite (PSDB), cujos partidários levantam a menor rejeição como vantagem competitiva.
Hoje há um contingente de candidatos muito grande e que disputam o voto da terceira via: o governador de São Paulo, João Doria (PSDB); Sérgio Moro (Podemos); Ciro Gomes (PDT); a senadora Simone Tebet (MDB); o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD); o senador Alessandro Vieira (Cidadania), Felipe d’Ávila (Novo). Há ainda Eduardo Leite (PSDB), que negocia com o PSD, de Gilberto Kassab, e pode voltar à disputa.
“Tantos nomes acabam atrapalhando a chance de êxito de algum deles. Embora a terceira via não tenha muita chance, em política nada é impossível. Mas para isso ocorrer, é necessário que os principais candidatos se juntem em uma única candidatura”, afirma José Luiz Orrico, executivo da Futura Inteligência.
“O problema é que para isso ocorrer é necessário algo que nunca vi na política desde que comecei a trabalhar com isso 1989: um candidato abrir mão em favor de outro”, conclui Orrico.
Confira na íntegra a participação de Sérgio Moro no Encontro Folha Business:
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