União dos candidatos de terceira via é possível?
Em tempos em que a sigla ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa, na tradução) tem sido cada vez mais falada entre empresas, fundos e investidores, o que pensam os consumidores têm pesado para o desenvolvimento de estratégias para que as companhias busquem se conectar com seu público-alvo.
Nesse sentido, a Futura Inteligência, empresa de pesquisas e dados capixaba com mais de 30 anos de atuação, realizou pesquisa questionando aos capixabas o papel das empresas — e o resultado é surpreendente.
Em uma escala de 0 a 10, em que 10 é concordo totalmente, os capixabas opinaram que: As empresas devem valorizar o empregado (8,6), Respeitar o meio ambiente (8,4), Criar empregos (8,2), Orientar-se pela ética e respeitar os valores e a cultura das comunidades onde atuam (8,0), Obedecer às leis e normas (7,9) e Promover ações que melhorem a qualidade de vida da população (7,8).
O levantamento mostrou que a população colocou um peso menor de importância a lucratividade e os resultados econômicos das companhias: as empresas devem gerar resultados econômicos (7,4), empresas precisam gerar lucro (7,4) e a finalidade das empresas é gerar riqueza (6,1).
Já quando questionadas acerca das características mais importantes para uma empresa, em pesquisa estimulada, em que poderia se marcar apenas uma opção, as preferências foram as seguintes: Criação de empregos (39%), Valorização do empregado (22%), Respeito ao meio ambiente (10%), Ética e respeito aos valores e cultura da comunidade (9%), Promoção de ações que melhorem a qualidade de vida da população (6%), Geração de lucro (4%), Obediência à leis e normas (2%), Geração de resultados econômicos (2%), Geração de riqueza (1%), com 5% escolhendo nenhuma dessas ou não sabiam responder.
Os resultados apontados pela pesquisa mostram, possivelmente, uma visão equivocada do papel das empresas, pois na escala de prioridades, há uma relação inversa do que efetivamente são as funções das empresas. Afinal, sem gerar riqueza e lucro, a empresa simplesmente não existirá ao longo do tempo.
Segundo a pesquisa, os capixabas tratam como algo principal para as empresas, na verdade, as consequências da atividade empresarial, e não a geração de valor criada pelas organizações.
Uma possível interpretação deste resultado é que a maior parte da população entende de forma inadequada que a economia funciona como “um jogo de soma zero”, em que vigora a percepção de que empresas retiram riquezas da sociedade.
Os resultados da pesquisa, segundo o Futura Inteligência, não se alteraram em relação às edições anteriores. Na prática, isso significa que o setor empresarial e as empresas precisam trabalhar melhor junto à população, que não há desenvolvimento econômico sem geração de valor por parte das empresas, e que a lucratividade é um indicativo de que esse processo está sendo bem sucedido.
Outra consequência dessa percepção equivocada da população é um aumento do desafio das empresas que desejam se conectar com seus clientes.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória