Maio 2022
3
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

Maio 2022
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Luan Sperandio
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porLuan Sperandio

Fundamentos para se aprovar a telemedicina

1. Número expressivo de adesão

Entre 2020 e o início de 2022, mais de sete milhões e meio de atendimentos foram realizados pela internet, reduzindo custos de transação, como logística, e possibilitando acesso de pacientes com profissionais altamente especializados.

Em um país continental como o Brasil, há muitas regiões interioranas que carecem de profissionais qualificados. Há, ao menos, 284 municípios sem um único médico de atenção básica, cerca de 1,4 milhão de brasileiros, de acordo com o IBGE. A telemedicina ajudaria a mitigar o problema dessas regiões.

2. Alta taxa de resolução

Diagnósticos e acompanhamentos mais ordinários e simples podem ser solucionados pela teleconsulta sem prejuízos à qualidade do atendimento médico. A taxa de resolução nesse caso foi de 90%, isto é, a cada dez pacientes, apenas um deles foi encaminhado para atendimento presencial.

Nesse caso, quando identificada a necessidade de maior atenção e aprofundamento no atendimento. Afinal, a telemedicina é uma possibilidade, não uma obrigatoriedade.

3. Maioria dos usuários aprova

Naturalmente, nem todos os pacientes preferem a teleconsulta, mas a maioria que utilizou a modalidade o aprovou: cerca de 64%, segundo levantamento feito pela Associação Paulista de Medicina (APM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB).

Já o levantamento da Saúde Digital Brasil apontou que mais de 90% dos usuários da modalidade afirmaram que as consultas à distância atenderam suas necessidades e que suas questões foram respondidas.

4. Não apenas ricos utilizaram a telemedicina

A teleconsulta foi mais utilizada por brasileiros das classes A e B, com 29% e 15% respectivamente. C (12%) e D/E (4%). Os dados são da HSR Health. Porém, o mesmo levantamento apontou que boa parte da população ainda desconhece o serviço, especialmente entre a população mais vulnerável economicamente.

A despeito do acesso aos mais pobres à telemedicina ser dificultado, afinal, é necessário ter recursos tecnológicos como celulares, computadores e acesso à internet, os dados mostram que não apenas os mais ricos se beneficiaram da modalidade.

Considerações finais

É compreensível a preocupação em relação a uma prática ainda recente, mas reguladores não deveriam se opor a uma lógica em que a confiança entre paciente e médico é a base da relação.

Além disso, é possível que a telemedicina amplie o potencial de mercado no segmento, ao servir também como forma de primeira consulta e triagem para encaminhamento do paciente para especialistas e tratamentos mais adequados. Outro benefício é diminuir, de um lado, filas para hospitais e operadoras de saúde, e, de outro, acelerar o atendimento para pacientes, mitigando eventuais estresses e ansiedades decorrentes de enfermidade e demora no atendimento.

Como apontou a economista Deborah Bizarria, Coordenadora de Políticas Públicas do LIVRES, os números enfatizam a necessidade de expansão da rede de telecomunicações em áreas remotas do país. “A telemedicina deve ser permitida, não só para que diversos usuários possam ter acesso aos serviços de saúde da maneira mais cômoda, quanto possível, mas principalmente, porque deve ser um componente estratégico no planejamento de políticas públicas, na área da saúde, para que todos os brasileiros tenham acesso mais eficiente ao atendimento médico, não importando a origem ou distância física. Sem preconceitos ou idealizações, a tecnologia deve ser uma aliada da universalização do acesso à saúde.”

Por tudo isso, a necessidade da regulamentação da telemedicina se mostra necessária.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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