O ditado que “só se aprende na prática” resume a premissa do Movimento Empresa Júnior (MEJ). Cientes de que apenas a sala de aula não é suficiente, estudantes se organizam para pôr em prática o que aprendem na teoria, trazendo soluções para o mercado.
No Espírito Santo esse movimento é proporcionalmente um dos mais fortes do Brasil, havendo atualmente 44 empresas juniores (EJs) nas principais instituições de ensino do estado e que atuam em diversos segmentos diferentes.
Dando continuidade à série da coluna que aborda o ecossistema empresarial de formação de lideranças e sociedade civil no ES, a coluna de hoje destaca o Movimento Empresa Júnior capixaba — e como ele pode ajudar a trazer soluções para o seu negócio.
Confira a Parte 1 da série, onde abordamos as organizações que compõem a Rede de Formação de Lideranças no ES.
Uma empresa júnior é uma associação civil sem fins lucrativos, mas com finalidade educacional, sendo composta por estudantes, por sua vez auxiliados por professores e profissionais de mercado. Ao transportarem a academia ao mundo empresarial, as empresas juniores tornam-se um mecanismo de formação profissional: a parte teórica da sala de aula é posta em prática por meio dos projetos internos e externos realizados.
E o movimento no ES está se expandindo de forma acelerada. Atualmente cerca de 600 alunos de graduação se formam a partir da vivência empresarial experimentada a partir de 44 empresas juniores — mais do que o triplo dos números de 2014. Elas estão distribuídas em 11 instituições de ensino, públicas e privadas.
A expansão tem aumentado também a diversidade de áreas de atuação. Há empresas juniores que trazem soluções de consultoria empresarial, engenharias, nutricionais, energia, tecnologia, softwares, sistemas e aplicativos, jurídico, agronomia, agronegócio, biomédica, arquitetura, análise de dados e estatística, publicidade e comunicação, oceanografia, farmácia, biblioteconomia e arquivologia, geologia, biologia, entre outras.
“Anualmente elas desenvolvem cerca de 400 soluções, e algumas das EJs alcançam faturamento próximo a R$ 300 mil, sendo a maioria dos clientes micro e pequenas empresas”, aponta Thiago Frizera, presidente do Conselho da Juniores. “Os fins das EJs são educacionais, mas não podemos atingir o objetivo de vivência empresarial sem alcançarmos metas financeiras. Se somarmos os valores dos projetos de todas as empresas juniores capixabas, em 2021 eles somaram R$ 1,2 milhões”, explica.
Os valores arrecadados a partir dos projetos desenvolvidos são utilizados pelas EJs para financiar a formação de seus membros, como em cursos, livros, participação em eventos e demais iniciativas educacionais.
O Encontro Capixaba de Empresas Juniores (ENCEJ), maior evento do estado sobre o segmento, ocorrerá entre 21 e 23 de outubro deste ano.
Os projetos das empresas juniores são desenvolvidos pelos próprios alunos, mas com a supervisão de professores e profissionais seniores a fim de atestar a qualidade destes, com preços competivivos no mercado.
Uma delas é a ENPRO Júnior, que desde 2016 atua como consultoria empresarial no Ifes Cariacica, prestando serviços como gestão financeira, de qualidade e planejamento de negócios. A EJ tem se destacado em 2022 como uma das que mais cresceram em relação ao mesmo período do ano interior do Brasil, tendo faturado até o momento R$ 47 mil a partir de 8 soluções desenvolvidas pelos 25 estudantes que a compõem.
“Um dos projetos que desenvolvemos recentemente foi para o Observatório Obstétrico Brasileiro, onde adotamos a metodologia OKR (Objetivos e Resultados Chaves), definimos um canal oficial de comunicação e definimos os gerentes para cada projeto. Também desenvolvemos uma planilha para auxílio das ferramentas, treinamentos e reuniões semanais com a equipe e os resultados foram muito satisfatórios”, comemora Kelmer Nunes, Presidente da Enpro Júnior.
Para conhecer mais sobre as empresas juniores do ES, acesse o site da Federação Juniores. Nele é possível ler sobre todas elas, portfólio de serviços prestados, localização e contatos.
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