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Nos últimos anos o Espírito Santo se consolidou como um dos estados mais competitivos do Brasil. Contudo, a edição de 2022 do Ranking de Competitividade, medido pelo Centro de Liderança Pública (CLP) trouxe um resultado que surpreendeu muitos capixabas — e a própria equipe que elabora o estudo, entrevistada por Data Business.
Dos dez pilares avaliados, o ES teve queda em sete deles, sendo superado por outros entes federativos.
De estado mais bem avaliado em eficiência na máquina pública, o ES caiu 15 posições, ficando na 16º posição. Houve ainda queda em infraestrutura (-1), Segurança Pública (-4), Solidez Fiscal (-1), Sustentabilidade Ambiental (-2), Potencial de Mercado e Inovação (-7).
O destaque positivo ficou para o índice de transparência e gasto com pessoal. “O custo do poder Executivo sobre o PIB, isto é, quanto o Executivo custa em relação à Economia, registrou melhora em absoluto”, elogia Lucas Cepeda, que é Gerente de Relações Governamentais e Competitividade no CLP.
O ES se destaca ainda pela terceira colocação em preservação, que mede a velocidade do desmatamento, além do prêmio salarial público-privado, respeito à regra de ouro, índice de liquidez e de poupança corrente. O ES manteve ainda a posição em Educação e Sustentabilidade Social.
Perda de eficiência da máquina pública
O ES caiu 15 posições no indicador de eficiência da máquina pública. O principal motivo da queda no pilar foi uma volatilidade no critério de equilíbrio de gênero na remuneração público estadual e na proporção de homens e mulheres. “Esse é um critério que foi adotado nas últimas edições, refletindo a preocupação do setor público em ações de governança social. No caso do ES, o indicador apontou que em média um homem na administração pública ganha até 59% a mais do que as mulheres”, explica Cepeda.
Outro grande fator que explica a perda de eficiência na máquina pública foi na eficiência do Judiciário.
O problema do Judiciário capixaba
Um dos maiores gargalos apontados na edição de 2022 foi a produtividade e a eficiência do Judiciário capixaba. “É sempre bom apontar que este não é um ranking do Executivo, mas do ente federativo como um todo, o que inclui o Judiciário”, afirma Cepeda. A base de dados utilizada pela CLP em 2022 em relação a esse quesito foi do Conselho Nacional de Justiça de 2020.
“Grande parte dos dados ainda tem reflexo da pandemia… então o ranking apenas evidenciou neste ano o que o ES já estava sofrendo, em algo que certamente já era de conhecimento dos órgãos responsáveis no ES”, complementa Cepeda.
Vale ressaltar que em 2020 a produtividade do Tribunal de Justiça do ES foi a pior entre todos os estados brasileiros no período em que tribunais passaram a realizar atividades remotamente. A performance foi altamente prejudicada pela falta de digitalização de processos do Judiciário estadual. À época, a Mundo Business trouxe uma coluna específica sobre o tema, alertando essa condição.
Potencial de Mercado
Quando falamos de potencial de mercado, estamos avaliando o tamanho do mercado, a taxa de crescimento e o crescimento potencial da força de trabalho. Isso significa que são são questões que requerem uma mudança de longo prazo e que, em parte, estão diretamente ligados com a performance geral do país.
Os estados hoje mais bem colocados são Amazonas, Roraima, Mato Grosso e São Paulo. “Estados que costumam melhorar as performances são aqueles que conseguem aumentar a abertura de empresas e atrair muitos investimentos, muitos vezes lançando mão de ações de desburocratização”, afirma Cepeda.
Segurança Pública
O pilar de Segurança Pública foi outro em que o ES piorou em relação aos outros estados. a questão da segurança pública, dois indicadores prejudicam o desempenho do ES.
A segurança patrimonial, que mede os roubos totais por 100 mil habitantes, é um indicador em que o ES performa muito negativamente, estando melhor somente que Roraima, Amazonas e Amapá. Em contrapartida, o ES melhorou em Segurança Pessoal, que mede os homicídios a cada 100 mil habitantes.
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