Cada vez mais capixabas estão se preocupando em alocar recursos financeiros no mercado financeiro. É o que mostra o recente relatório da B3, a bolsa de valores brasileira.
O número de investidores do ES alcançou 107.847, 418% superior ao registrado ao final de 2019, quando somente 25.793 poupadores tinham recursos na bolsa.
A maioria dos investidores capixabas são homens (83.503), mas o número e a proporção de mulheres vem crescendo, estando atualmente em 24.344. O valor de custódia dos capixabas na B3 é de R$ 6,16 bilhões, representando 1,25% de todos os investidores do país.
Um fator que contribuiu para mais poupadores irem para o mercado foi a queda na taxa de juros que o país teve entre 2016 e 2021. “Com juros menores, os poupadores precisaram sofisticar os produtos de investimentos para conseguir proteger seu poder de compra da inflação e também buscar maiores ganhos de rentabilidade”, afirma Nelson Duarte, Head de Assessoria de Investimentos da APX Invest.
Essa popularização de investimentos na Bolsa de Valores foi potencializada com a tecnologia. Está mais fácil investir, sendo possível abrir uma conta em corretora e iniciar operações a partir do próprio celular.
Um terceiro fator foi o maior acesso à informação sobre ativos financeiros por meio de veículos especializados, redes sociais e casas de investimentos com profissionais especializados.
Com o Índice Ibovespa, que reflete o desempenho das ações com maior volume negociado na B3, em 111 mil pontos, Duarte aponta oportunidades na renda variável. “Diversas empresas de vários setores estão com preços descontados (em relação ao seu lucro). Muitos gestores acreditam que eleição não deve influenciar nos preços dos ativos, independentemente do resultado, o que caracteriza uma boa oportunidade de compra no curto prazo. No longo prazo, a perspectiva de crescimento do Brasil é positiva e isso deve refletir no preço das ações para investidores que tiverem disposição ao risco”, analisa.
Contudo, ele alerta aos riscos que os poupadores precisam ter antes de começar a jornada de investimentos. “Antes de começar a investir o poupador deve estudar as classes de ativo e conhecer o seu perfil. Apesar de haver muitas oportunidades, também há muitos riscos de se investir em renda variável. Por isso é muito importante que esse investimento seja alinhado com o perfil do investidor, de preferência com o auxílio de um profissional”, conclui.
O mercado financeiro nada mais é que um mecanismo que conecta poupadores que emprestam seus recursos para os agentes que necessitam de dinheiro a fim de realizar suas operações e atividades. Esses títulos podem ser de dívida, como debêntures, ou de capital, em que os investidores se tornam sócios do negócio, como em ações ou fundos imobiliários.
Um dos problemas no Brasil é que o estoque de riqueza presente é mal alocado. Apenas os valores na caderneta de poupança, por exemplo, superam a marca de R$ 1 trilhão.
Com um mercado de capitais mais bem desenvolvido, os recursos podem ser mais bem alocados, e serem direcionados à financiar atividades que geram maiores rendimentos e ganhos de produtividade para a sociedade.
Na prática, isso gera valor a partir de inovações que refletem melhores bens e serviços, o que recompensa os poupadores a partir de maiores retornos. Ao desbravar esse segmento, ideias inovadores são recompensadas, gerando prosperidade econômica e social. Um mercado que os capixabas têm desbravado cada vez mais.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória
