Nov 2022
14
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

Nov 2022
14
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

A importância do mercado financeiro e da responsabilidade fiscal para a responsabilidade social

A função do mercado financeiro é conectar poupadores e tomadores, otimizando a alocação de recursos e o fluxo de capitais. Ele permite que indivíduos diversos possam proteger seu dinheiro da inflação e buscar rentabilização ao investir em grandes projetos de economia real.

Nesse sentido, a Bolsa permite empresas e governos a captar recursos de forma célere, transparente e acessível. Não à toa, o desempenho do mercado de capitais de um país influencia diretamente na geração de empregos, inovações e no desenvolvimento econômico e social de uma região.

Até outubro de 2022, por exemplo, as emissões por empresas acumularam R$ 444 bilhões, conforme o gráfico ao lado. São empresas captando recursos para se expandirem, buscar escala, produzindo serviços e produtos melhores, gerando empregos em novos projetos.

Sem o mercado financeiro, empresas e governos teriam menos formas de financiar seu crescimento e programas sociais, e os poupadores ficariam restritos em ativos com menor rentabilidade. Parafraseando uma ex-presidente, “iria todo mundo perder”.

Afinal, há muitas evidências de que nos países com mercados de capitais menos desenvolvidos, as empresas são, na média, menores e menos competitivas.

Dizer que “o pobre não come bolsa”, além de errado, é uma grande bobagem, e o próprio presidente eleito sabe disso.

Em 2008, por exemplo, Lula comemorou quando o Brasil ganhou grau de investimento pelas agências de avaliação de risco, pois isso significaria atrair muito mais dinheiro para cá. Nas palavras dele próprio, o país vivia um “momento mágico”:

“O Brasil foi declarado um país sério, que têm políticas sérias, que cuida das suas finanças com seriedade e que, por isso, passou a ser merecedor de uma confiança internacional que há muito tempo necessitava”.

Como se sabe, em 2015 a tal magia citada por Lula acabou por causa dos erros da política econômica do Governo Dilma. O Brasil perdeu o grau de investimento, restringindo a entrada de capital estrangeiro para o país, e até hoje não recuperou mais.

É uma falsa dicotomia dizer que ou se escolhe responsabilidade fiscal ou responsabilidade social. As duas devem andar juntas: não há como fazer programas eficientes de transferência de renda sem controle da inflação.

Contas públicas fora de controle tendem a gerar juros maiores e menor crescimento econômico. Quem mais se prejudica? Os mais pobres.

Ao atacar a responsabilidade fiscal, Lula parece ainda estar em palanque eleitoral. Se seu governo seguir pelo caminho da irracionalidade econômica, quem pagará a conta hoje serão todos os brasileiros, e no futuro, nossos filhos e netos.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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