Projeto que amplia o teto do Simples Nacional pode ser aprovado hoje na Câmara
Ao contrário da narrativa de muitos dos aliados do governo eleito e de Lula (PT), o mercado financeiro importa muito para o crescimento econômico, geração de empregos e para o próprio governo ter dinheiro para cuidar das pessoas por meio de programas sociais.
A função do mercado financeiro é conectar poupadores e tomadores, otimizando a alocação de recursos e o fluxo de capitais. Ele permite que indivíduos diversos possam proteger seu dinheiro da inflação e buscar rentabilização ao investir em grandes projetos de economia real.
Nesse sentido, a Bolsa permite empresas e governos a captar recursos de forma célere, transparente e acessível. Não à toa, o desempenho do mercado de capitais de um país influencia diretamente na geração de empregos, inovações e no desenvolvimento econômico e social de uma região.
Até outubro de 2022, por exemplo, as emissões por empresas acumularam R$ 444 bilhões, conforme o gráfico ao lado. São empresas captando recursos para se expandirem, buscar escala, produzindo serviços e produtos melhores, gerando empregos em novos projetos.
Sem o mercado financeiro, empresas e governos teriam menos formas de financiar seu crescimento e programas sociais, e os poupadores ficariam restritos em ativos com menor rentabilidade. Parafraseando uma ex-presidente, “iria todo mundo perder”.
Afinal, há muitas evidências de que nos países com mercados de capitais menos desenvolvidos, as empresas são, na média, menores e menos competitivas.
Dizer que “o pobre não come bolsa”, além de errado, é uma grande bobagem, e o próprio presidente eleito sabe disso.
Em 2008, por exemplo, Lula comemorou quando o Brasil ganhou grau de investimento pelas agências de avaliação de risco, pois isso significaria atrair muito mais dinheiro para cá. Nas palavras dele próprio, o país vivia um “momento mágico”:
“O Brasil foi declarado um país sério, que têm políticas sérias, que cuida das suas finanças com seriedade e que, por isso, passou a ser merecedor de uma confiança internacional que há muito tempo necessitava”.
Como se sabe, em 2015 a tal magia citada por Lula acabou por causa dos erros da política econômica do Governo Dilma. O Brasil perdeu o grau de investimento, restringindo a entrada de capital estrangeiro para o país, e até hoje não recuperou mais.
É uma falsa dicotomia dizer que ou se escolhe responsabilidade fiscal ou responsabilidade social. As duas devem andar juntas: não há como fazer programas eficientes de transferência de renda sem controle da inflação.
Contas públicas fora de controle tendem a gerar juros maiores e menor crescimento econômico. Quem mais se prejudica? Os mais pobres.
Ao atacar a responsabilidade fiscal, Lula parece ainda estar em palanque eleitoral. Se seu governo seguir pelo caminho da irracionalidade econômica, quem pagará a conta hoje serão todos os brasileiros, e no futuro, nossos filhos e netos.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória