Nov 2022
30
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

Nov 2022
30
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

O que diz o levantamento

São três os pilares analisados no estudo: os gastos do governo, as características de sua tributação e a liberdade do mercado de trabalho. O índice avalia de 0 a 10 e coloca em ordem de liberdade os lugares estudados: quanto maior a pontuação, maior sua liberdade econômica.

Dessa forma, ele compara a capacidade de os cidadãos poderem agir e manifestar suas vontades no âmbito econômico sem restrições indevidas, avaliando o grau de interferência estatal, a facilidade de se empreender e o grau de abertura do mercado para a iniciativa individual.

A nota média do conjunto das unidades federativas do Brasil caiu para 4,06 ante 6,37 do relatório referente ao ano de 2019. O score do ES está pouco acima da média, em 4,73, mas é a pior da série histórica, iniciada em 2014.

“O ES consistentemente, apesar da perda de posição no último relatório, ainda está num grupo com grande liberdade econômica relativa (No segundo grupo). Isto é compatível com a trajetória do estado ao longo dos últimos anos”, afirma Vladimir Maciel, Coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica.

A despeito de todos os estados terem tido queda, as menores variações foram em São Paulo (-22,3%), Mato Grosso (-25,8%) e Ceará (-25,9%). Na outra ponta, as maiores quedas foram em Alagoas (54,1%), Piauí (50,7%) e Acre (47,8%).

São Paulo aparece no levantamento como a unidade da federação com maior liberdade econômica, seguido pelo Ceará, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

“Na prática, as unidades federativas que estão melhor posicionadas não se encontram nessa posição porque houve melhora absoluta, mas porque pioraram menos que as demais unidades da federação”, alerta o relatório.

A nota média da tributação nas unidades federativas caiu para 1,30 ante 4,78 (o ES está em 5º lugar, com 2,35). Já em regulamentação e liberdade nos mercados estaduais de trabalho a queda nacional foi de 5,02 em relação ao score de 6,18 no levantamento anterior (o ES está em 10º, com 5,47 no quesito). Por fim, em relação ao tamanho de governo, a queda foi de 5,85 ante 8,16 no relatório passado (o ES também ficou em 10º no quesito, pontuando 6,38).

Vladimir alerta que o grande responsável pela perda de posições no ES foi a área de tributação. “A queda de renda de 2020 foi muito superior à redução de arrecadação no ente federativo, o que fez a tributação pesar muito no bolso dos capixabas”, explica.

“Outra coisa que contribuiu adicionalmente para a queda do ES foi a perda de desempenho do mercado de trabalho do setor privado durante o primeiro ano da pandemia”, complementa.

O que pode ser feito para o ES aumentar a liberdade econômica?

Maciel aponta que é necessário reformas nos municípios para que adotem a legislação de liberdade econômica. “É necessário para fomentar a contratação formal de trabalhadores, formalização de empresas e geração de atividade econômica”, explica.

Como Data Business já mostrou anteriormente, estudo conduzido pelo Instituto Millenium apontou que a regulamentação da lei da liberdade econômica municipal aumenta em 40% as contratações naquelas regiões. Como também apontado em coluna anterior, somente 28 cidades capixabas implementaram a legislação até o momento. Alguns estados, como Minas Gerais, criaram políticas estaduais de incentivo para os municípios implementarem a legislação.

“Também é importante conter o consumo do governo e trabalhar para diminuir a burocracia tributária e o peso dos tributos municipais e estaduais na renda dos residentes”, finaliza Maciel.

Por que o indicador de liberdade econômica importa

Liberdade econômica é essencial para um bom ambiente de negócios que possibilite o desenvolvimento da economia de mercado. A partir disso, contribui para uma maior prosperidade econômica e qualidade de vida da população de um país.

Ela pode ser definida como uma economia aberta ao comércio internacional, com sistema tributário simples e carga tributária mais leve sobre o setor produtivo. Seus componentes também incluem a responsabilidade fiscal, integridade governamental, um mercado de trabalho mais flexível, além do respeito aos direitos de propriedade, às instituições e à livre iniciativa.

No Ranking da Heritage Foundation sobre a Liberdade Econômica no mundo em 2022, os países mais bem posicionados apresentam bons índices de desenvolvimento humano, renda per capita e desenvolvimento em diversos setores.

Embora o Brasil tenha avançado relativamente no último levantamento, após uma década e meia de quedas, ocupa atualmente tão somente a 133º colocação. Apesar disso, há alguns entes federativos com melhor ambiente de negócios, e o Espírito Santo se destaca nesse quesito.

Postado Agora

O que esperar do cenário global e brasileiro em 2023?

A Fucape Rio receberá Bruno Funchal (CEO na Bradesco Asset Management, Ex-secretário do Tesouro Nacional e Professor Titular na Fucape Business School) para uma palestra com o tema Cenário econômico global e brasileiro para 2023 e oportunidades de investimentos. Na palestra serão discutidos os principais desafios para a economia no médio prazo, assim como a dinâmica dos mercados e dos preços dos ativos. Será em 06 de dezembro, às 19h30. Link de inscrições

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