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Nesta sexta-feira, o presidente eleito Lula oficializou os primeiros nomes que vão compor sua equipe ministerial. O nome mais aguardado pelos agentes econômicos era quem comandaria o Ministério da Fazenda, com o escolhido sendo o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação nos governos Lula e Dilma, Fernando Haddad (PT).
Ele terá como primeira missão ajudar na aprovação ainda em dezembro da PEC que permite aumento de despesas no teto de gastos para cumprir promessas de campanha.
3 motivos principais nortearam a escolha de Lula.
1. PT não abriria mão do Ministério da Fazenda
Durante a campanha presidencial, ventilou-se nomes para liderar a equipe econômica de Lula, como Henrique Meirelles e Pérsio Arida, mas também nomes políticos como Rui Costa e Alexandre Padilha estavam no páreo. Contudo, o PT não abre mão de ser protagonista, assumindo uma postura que é, de certa forma, razoável para o principal partido do país.
Apesar da crise que assolou a agremiação com a Lava Jato, o impeachment de Dilma Rousseff e dois fracassos nas eleições municipais em 2016 e 2020, em que perdeu capitais e prefeituras em todo o país, o partido conseguiu um turn around, e venceu a disputa presidencial contra Jair Bolsonaro (PL).
“Nesse sentido, o PT tende a fazer mais uma vez o que sempre fez: o cabeça do Ministério ser um nome político, e a secretaria executiva deste ministério ser composta por um nome técnico. Foi assim nos governos Lula e Dilma, e a estratégia deve se manter”, afirma André Borba, sócio e consultor político da Arko Advice.
O nome ainda será escolhido por Haddad.
2. Lula precisa fazer um sucessor, e escolheu Fernando Haddad
A prisão de Lula pela condenação de corrupção e lavagem de dinheiro em abril de 2018, com a consequente inelegibilidade pela Lei da Ficha Limpa, evidenciou uma fragilidade no petismo: não haver atualmente um forte sucessor do legado do partido.
O escolhido para a disputa presidencial naquela oportunidade foi Fernando Haddad e, diante da escassez de nomes, ele foi novamente escolhido por Lula neste momento. A percepção do petista é que o cargo de primeiro escalão na equipe ministerial trará visibilidade e notabilidade que contribuam para que seu nome se torne competitivo para o Palácio do Planalto em 2026.
A manutenção dos R$ 600 como política de redistribuição de renda e o retorno da valorização anual real do salário mínimo são as apostas iniciais a serem conduzidas por Haddad na Fazenda.
3. O poder da pasta da Economia será dividido
Ao contrário do atual Ministério da Economia, conduzido por Paulo Guedes (sem partido), o poder de decisão na pasta será novamente descentralizado com a recriação do Ministério do Planejamento e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. É possível que o comando de alguns dos órgãos seja ocupado por perfis mais técnicos, até para acalmar o mercado.
Entre os nomes ventilados estão Ana Carla Abrão para o Planejamento. Ela foi Secretária da Fazenda em Goiás, onde se notabilizou com a realização de notável ajuste fiscal. Felipe Salto, atual secretário da Fazenda de São Paulo, também é ventilado para assumir o Tesouro Nacional.
Outro nome cogitado é o de Bernard Appy, que é o principal mentor da proposta de reforma tributária em tramitação no Congresso, a PEC 45. Ele pode assumir uma secretaria de peso, mas fala-se também em seu nome para o Ministério do Planejamento.
Um último nome muito comentado em Brasília é o do professor do Insper Marco Bonomo, que tem como uma das principais contribuições acadêmicas estudos sobre os efeitos da expansão de crédito na política monetária, como a que ocorreu em especial no Governo Dilma.
A ver os próximos capítulos.
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