3 motivos que fizeram Lula escolher Fernando Haddad para Ministro da Fazenda
Lula anunciou Aloizio Mercadante (PT) como presidente do BNDES, sinalizando um retorno da política desenvolvimentista adotada no segundo Governo Lula e nos governos de Dilma Rousseff, e que foi abandonada na sequência. A coluna analisa alguns dos resultados da instituição nesses dois momentos distintos.
Entre 2008 e 2014, o Brasil por meio de recursos do BNDES mais do que os norte-americanos desembolsaram no Plano Marshall para reconstruir a Europa após a 2º Guerra Mundial.
Apesar do volume de recursos emprestados pela instituição financeira, próximo a R$ 400 bilhões, a chamada nova matriz econômica adotada pelos governos petistas fracassou, resultando na maior recessão econômica que o país já teve. O resultado é que hoje a renda dos brasileiros é em média menor do que era em 2012. Ou seja, vivemos uma nova década perdida.
A partir do Governo Temer, contudo, houve mudanças na política econômica e no BNDES. Sem dinheiro, houve a aprovação do fim da TJLP, que permitia crédito subsidiado por meio do BNDES. Também foi adotado um conjunto de políticas fiscalistas, com o corte de subsídios e a aprovação de reformas que equilibrassem o gasto público, como a regra do Teto de Gastos e a reforma da previdência, que trouxeram maior estabilidade macro e possibilitaram a queda na taxa de juros.
Resultado: a captação das empresas brasileiras pelo mercado de capitais multiplicou por quase 5 vezes, conforme o gráfico ao lado.
Isso significa que mesmo sem o protagonismo do BNDES, as empresas conseguiram captar mais recursos com investidores para financiar seus investimentos, que geraram empregos, renda, maiores ganhos de inovações e produtividade.
Há um outro fator de prejuízo da política anterior adotada nos campeões nacionais, pois resultava em empresas que tinham privilégios no crédito que tinham um caráter altamente anticompetitivo. O governo simplesmente escolhia quem teriam as melhores armas para vencer na economia de mercado, prejudicando os demais.
O início do governo eleito de Lula sinaliza o retorno da política anterior. A aprovação da PEC do Estouro, que amplia as despesas em quase R$ 200 bilhões, pressionará o risco fiscal e a manutenção de uma alta taxa de juros. Já a presidência de Mercadante indica o retorno de um protagonismo na concessão de crédito subsidiado, além de uma taxa de juros básica mais elevada — ambos fatores que tendem a mitigar o desenvolvimento do mercado de capitais e da iniciativa privada, o oposto do que deveria ser feito para o país prosperar.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória