Dez 2022
15
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

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Luan Sperandio
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porLuan Sperandio

O que o levantamento da Findes apontou sobre a economia capixaba

A economia capixaba acumula resultado positivo neste ano. O resultado é fruto da melhoria de alguns indicadores a nível estadual e nacional, entre eles a inflação e o desemprego, que caíram, e o consumo das famílias, que aumentou.

Em meio a esse contexto, a agropecuária (11,3%) e o setor de serviços (5%) – que também inclui comércio e transportes -, cresceram ao longo dos três primeiros trimestres de 2022. Já a indústria geral, impactada pelas influências do mercado internacional, retraiu 4,6%.

Segundo a presidente da Federação, Cris Samorini, a melhora no quadro da pandemia do novo coronavírus foi um dos fatores que contribuíram com os resultados positivos do Estado, já que 2022 vem sendo o primeiro ano com a manutenção da redução das restrições sanitárias em relação à Covid-19.

“Também tivemos a desaceleração da inflação e dos indicadores de desemprego, resultados positivos para a economia. Por outro lado, passamos pelo período de eleições para o Executivo nacional e estadual, que sempre é um ponto de atenção para o mercado. Estamos ainda vivendo outros desafios como a guerra entre Rússia e Ucrânia, que vem gerando um desalinhamento nas cadeias produtivas, freando o avanço da nossa economia”, elencou.

Economia capixaba retraiu no terceiro trimestre

A atividade econômica do Espírito Santo, mensurada pelo IAE-Findes, recuou 1,4% na passagem do segundo para o terceiro trimestre do ano. O indicador foi resultado do desempenho dos setores de serviços (1,3%), agropecuária (4%) e indústria (-5,9%).

O desempenho da economia do Estado no trimestre ficou abaixo do verificado para o PIB do Brasil, que registrou leve aumento de 0,4% no trimestre. A nível nacional, a indústria avançou 0,8%, e os serviços cresceram 1,1%, enquanto a agropecuária caiu 0,9%.

Agropecuária e serviços têm bons resultados

A agropecuária foi o setor que mais cresceu no período, impulsionado pelo aumento de 15,4% na produção agrícola, com expansão nas principais lavouras do Estado: café (com bienalidade positiva do arábica), banana, cana-de-açúcar e tomate. No caso da pecuária, houve recuo de 2,3% devido à redução na produção de leite e de aves e ovos.

As três atividades que envolvem o setor de serviços (4,6%) também tiveram resultados positivos influenciados pela continuidade no processo de retomada do setor, que teve início no ano passado. Com isso, transporte (2%), comércio (2,2%) e demais atividades de serviços (6,3%) cresceram nos três primeiros trimestres do ano.

Cenário internacional impactou desempenho da indústria

O cenário internacional não foi favorável às economias emergentes neste ano. É a análise da economista-chefe da Findes e gerente-executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva.

“Isso vem ocorrendo uma vez que a aceleração inflacionária e os ajustes monetários nas principais economias mundiais provocaram uma resistência ao aumento de demanda por commodities e demais insumos industriais. Além disso, ainda estamos vendo, no preço dos insumos, os impactos gerados pela guerra entre Rússia e Ucrânia.”

Vale ressaltar que a indústria representa 27,4% do PIB do Espírito Santo, quase 30% da arrecadação de impostos (ICMS) e mais de 15,5 mil indústrias responsáveis por gerar 220 mil empregos formais.

“O Espírito Santo é um estado com alto grau de abertura comercial e a indústria representa 91% de todas as exportações capixabas. Então, as incertezas no mercado internacional afetam diretamente o desempenho do setor. Porém, precisamos lembrar que, mesmo diante de todos os desafios que a indústria enfrentou ao longo deste ano, ela continua mostrando sua relevância e contribuindo para o desenvolvimento economia capixaba”, afirmou Cris.

De acordo com a economista-chefe da Findes, o indicador negativo da indústria deve-se, principalmente, ao desempenho das indústrias extrativas (-22,4%) e de transformação (-2%).

“A queda de 22,4% na indústria extrativa é explicada pela redução nas produções das duas atividades que compõem o setor no Estado: petróleo e gás natural (-34%) e pelotização do minério de ferro e outras atividades (-6,1%)”, afirmou.

No caso da indústria de transformação, a fabricação de celulose, papel e produtos de papel continuou crescendo. Ao longo dos três primeiros trimestres de 2022, ela acumulou alta de 15,7%, devido ao aumento da demanda interna e externa do produto. Com isso, o segmento acumula três anos de crescimentos consecutivos.

Todavia, esse bom desempenho não foi suficiente para conter os resultados da fabricação de produtos de minerais não-metálicos (-8,8%), fabricação de coque, de derivados do petróleo e de biocombustíveis (-6,6%), metalurgia (-2,0%) e fabricação de produtos alimentícios (-2,0%), deixando o resultado geral da indústria de transformação negativo.

“Como destaques positivos, podemos citar o desempenho da indústria da construção (16,3%) e do segmento de energia e saneamento (6,8%) do Estado. Vale ressaltar que, de acordo com a análise da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o ano de 2022 tem se revelado favorável ao setor, configurando o segundo melhor ano da última década, atrás apenas de 2021”, apontou Marília.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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