O que diz a pesquisa da Futura

38,6% dos brasileiros avaliam como “Ótimo ou Bom” o Governo Lula, e 36,6% como “Ruim ou Péssimo”, evidenciando a continuidade da polarização mesmo após passados seis meses da eleição presidencial.

Embora a avaliação pessoal do presidente Lula seja ligeiramente superior à de seu governo — diferentemente do que as pesquisas da Futura mostravam sobre o Governo de Bolsonaro e a figura do então presidente Jair Bolsonaro (PL) —, esse movimento ocorre somente entre quem votou em Lula. Ou seja, a figura do atual presidente não destoa de seu governo na avaliação de eleitores de Bolsonaro, que a analisam como negativa.

Os maiores promotores e detratores do Governo Lula se mantêm os mesmos da corrida eleitoral. Entre os promotores, que consideram o governo atual como “Ótimo ou Bom”, são em sua maioria mulheres (62,5%), do Nordeste (32,7%), com ensino fundamental (47,4) e com renda familiar de até 1 salário-mínimo (48,6%).

De forma oposta, os detratores do governo, que consideram o governo “Ruim ou Péssimo”, são predominantemente homens (56,5%), das regiões Centro-Oeste (8,9%) e Sul (19,9%), com ensino superior (20,5%), renda familiar entre 02 e 05 salários mínimos e evangélicos (35,5%).

Isso também ajuda a explicar as sinalizações públicas de Lula direcionadas a seus promotores e que votaram nele em 2022, até para se blindar de eventual piora da economia (como apontam projeções do IBGE, Banco Mundial e é a expectativa do Boletim Focus, que reúne projeções dos principais agentes financeiros do país).

Preocupação com Economia se destaca

54,6% dos brasileiros avaliam a situação econômica do país como “Ruim ou Péssimo”; 32,4% como “Regular” e 10,2% como “Ótimo ou Bom”. Contudo, mesmo entre quem avalia o governo federal como “Ótimo ou Bom”, a avaliação da economia é de somente 18,3%, enquanto quem avalia como “Ruim ou Péssimo” o indicador é de 71,8%. Já quando perguntados sobre o “desemprego” e a “inflação”, a maior parte dos entrevistados considera que a tendência é aumentar (46,2% e 51,2%, respectivamente).

Enquanto isso, para os entrevistados, os temas prioritários que o governo deveria atacar são saúde (33,9%), educação (20%), desemprego (19,1%) e segurança (8,4%).

Metodologia

A pesquisa foi realizada pela Futura Inteligência. A amostra foi do tipo não probabilística e contemplou 1.000 entrevistas, com margem de erro de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos e confiabilidade de 95%. As entrevistas foram realizadas entre os dias 23 de março a 05 de abril de 2023, por meio de técnica de abordagem CATI (entrevista telefônica assistida por computador), respeitando os critérios de aleatoriedade e das proporções populacionais, de sexo, idade e estado de moradia, tendo como unidade respondente a população do Brasil com idade superior a 16 anos.