O que mudou no relatório da reforma tributária?
A Reforma Tributária foi aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados com ampla margem de votos favoráveis aos necessários para uma proposta de emenda constitucional. Apesar de dúvidas acerca da implementação da proposta diante da votação apressada, a medida é vista como altamente popular.
É o que apontou pesquisa da AtlasIntel, que mostrou que 54% dos brasileiros são a favor da reforma, superando os 29% contrários e 25% que não souberam responder. Trata-se de uma das medidas defendidas pela população com maior margem de aceitação.
A reforma tributária é popular. A complexidade no pagamento de impostos que assola as empresas brasileiras por décadas criaram paulatinamente um consenso sobre a necessidade de aprovar mudanças estruturais no sistema de arrecadação do governo, além de torná-lo mais justo socialmente.
Prova disso está em levantamento realizado pela AtlasIntel, que apontou que entre 19 diferentes propostas no debate público, a reforma tributária recebeu um dos maiores níveis de apoio, demonstrando a relevância e a necessidade desse tema para a população.
Em comparação, a proposta de reforma nas regras do Bolsa Família, incluindo aumento de valores, está em 57% de aprovação, enquanto a proteção de reservas indígenas e preservação do meio ambiente, incluindo a retirada de garimpeiros ilegais, atinge 78%. Esses números ressaltam a importância que a sociedade atribui a essas questões, mas vale ressaltar que a reforma tributária também está entre as medidas com maior apoio.
A pesquisa também abordou temas políticos, como a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesse caso, 51,8% concordam com essa medida, enquanto 44,6% discordam. Além disso, houve uma análise da percepção da população em relação ao governo Lula, com 43,5% considerando-o ótimo ou bom, 40% ruim ou péssimo, e 16% classificando-o como regular.
Outra questão debatida na pesquisa foi a situação da Venezuela, se é considerada uma ditadura ou democracia, repercutindo fala do presidente Lula na semana anterior, que relativizou a temática. Nesse aspecto, 73,4% responderam que é uma ditadura, 6,1% que é uma democracia, e 20,5% não souberam opinar. A pesquisa também revelou que 59% dos entrevistados são contrários ao reestabelecimento de relações diplomáticas com o país presidido por Nicolás Maduro, enquanto 29% são favoráveis. É interessante notar que as opiniões sobre assuntos internacionais também se entrelaçam com a percepção da população em relação às pautas nacionais, como a participação de Lula no Foro de São Paulo, que conta com 45% de oposição e 41% de apoio.
Um tema que tem gerado controvérsias é o projeto que regula as redes sociais, e a pesquisa demonstrou uma divisão de opiniões: 47% são contra e 45% são a favor dessa regulamentação. Isso evidencia a complexidade desse tema, que envolve a liberdade de expressão e a responsabilidade das plataformas online.
No âmbito econômico, a pesquisa revelou que 49% dos entrevistados consideram a situação econômica e do mercado de trabalho do Brasil ruim, enquanto 31% a veem como normal e 20% como boa. No entanto, é interessante notar que 51% acreditam que a situação melhorará nos próximos seis meses, enquanto 11% acreditam que permanecerá igual e 38% preveem uma piora. Essa visão otimista em relação ao futuro pode indicar uma esperança de melhoria na economia.
Por fim, é válido destacar que, segundo a pesquisa, os três principais problemas apontados pelos brasileiros são a corrupção (55,3%), a criminalidade e o tráfico de drogas (50,5%) e o mau funcionamento da justiça (24,7%). Esses problemas refletem as preocupações da população em relação à ética na política, à segurança e à eficiência do sistema judicial.
A pesquisa ouviu 3.222 pessoas por recrutamento digital aleatório entre os dias 2 e 4 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
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