As 4 prioridades do Ministério da Fazenda no segundo semestre
A gestão de Roberto Campos Neto é amplamente avaliada de forma positiva por parte dos deputados federais e senadores. É o que revela levantamento inédito do “Ranking dos Políticos” divulgado com exclusividade por Data Business.
O levantamento também analisou a avaliação da política monetária na avaliação dos parlamentares, algo que tem sido objeto de críticas por parte de integrantes do Governo Lula desde o início do mandato.
Com o país atento à taxa Selic, que diminuiu para 13,25% após a mais recente reunião do Copom, os resultados da pesquisa pintam um quadro interessante sobre as visões políticas e econômicas que permeiam o Congresso Nacional.
Os parlamentares expressaram diferentes graus de apoio à gestão de Campos Neto, mas a maioria parece reconhecer o trabalho do presidente do Banco Central, que ocupa o cargo desde 2019.
Na Câmara dos Deputados, esse apoio corresponde a 50,9%, enquanto a avaliação desfavorável alcança 16%, havendo uma parcela de 30,2% que considera a gestão como regular. No Senado, a avaliação positiva é ainda mais expressiva, com 52,2%, enquanto a avaliação negativa é de 26,1%. Além disso, 21,7% avaliam a gestão como regular.
As análises partidárias não surpreendem. As críticas, por sua vez, têm maior peso entre os partidos de esquerda, que avaliam negativamente a gestão em números significativos. O apoio é mais robusto entre os partidos de direita, onde a maioria dos membros aprova a atuação de Campos Neto. O mesmo ocorre com partidos de centro, que exibem um balanço positivo considerável. Por outro lado, partidos de esquerda são os mais críticos, com uma rejeição mais forte ao trabalho do presidente do Banco Central.
Já em relação à atual taxa Selic, a maioria dos parlamentares, tanto na Câmara quanto no Senado, discorda do patamar atual, sugerindo que a taxa deveria ser mais baixa. As vozes críticas também são audíveis, defendendo a necessidade de uma taxa maior. No entanto, uma parcela significativa de parlamentares apoia a política monetária atual.
A maioria dos deputados federais (67,9%) e senadores (65,2%) expressa discordância em relação à atual taxa básica de juros, Selic. Na Câmara dos Deputados, 58,5% consideram que ela deveria ser mais baixa do que os atuais 13,25% fixados na última reunião do Copom, enquanto 9,4% acreditam que deveria ser elevada, e 31,1% são favoráveis à política monetária em vigor.
Os partidos de esquerda unem-se na defesa de uma taxa Selic menor, compartilhando uma opinião quase unânime sobre a necessidade de estimular a economia por meio da redução das taxas de juros. Já os partidos de direita mostram uma divisão mais pronunciada, embora uma maioria ainda apoie o patamar atual da taxa. Partidos de centro parecem mais dispostos a apoiar a política monetária atual, mas também têm vozes que clamam por uma mudança.
Arguição pública no Senado
Na quinta-feira da semana passada (10), Campos Neto esteve em arguição pública no plenário do Senado Federal para tratar de temas relacionados à política monetária no contexto econômico atual. Após o anúncio da redução das taxas de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a atmosfera da sessão foi amena, contrastando com a audiência pública realizada na Comissão de Assuntos Econômicos realizada em abril. Até o líder do governo no Congresso, o Senador Randolfe Rodrigues (Sem partido/AC), elogiou a decisão durante seu pronunciamento.
Os resultados da pesquisa do Ranking dos Políticos sugere uma dinâmica interessante no contexto político-econômico brasileiro. As opiniões dos parlamentares sobre a gestão de Roberto Campos Neto refletem, em muitos casos, suas orientações ideológicas e políticas. Isso nos lembra que a política monetária é uma esfera onde economia e política frequentemente se entrelaçam. A interação entre as visões dos legisladores e as ações do Banco Central pode influenciar significativamente o curso econômico do país.
A pesquisa foi realizada com questionário estruturado e aplicado com deputados federais e senadores. Foram entrevistados 106 deputados federais de 21 partidos diferentes e 23 senadores, de 13 partidos diferentes, respeitando o critério da proporcionalidade partidária. Os questionários foram aplicados por entrevistadores treinados pelo Ranking dos Políticos, em que fui o coordenador do levantamento. As entrevistas foram realizadas entre os dias 08 de agosto e 09 de agosto de 2023.
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