Ago 2023
22
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

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porLuan Sperandio

O desempenho de Fernando Haddad

Na tramitação do projeto do Novo Arcabouço Fiscal no Senado, foram incluídas exceções à regra que limita o crescimento dos gastos. As mudanças desagradaram lideranças na Câmara dos Deputados, que suportaram pressões por mais gastos e, em especial, Claudio Cajado (PP/BA), que foi o relator da matéria. Diante disso, a votação do novo arcabouço fiscal, ainda pendente, demorou mais tempo do que desejava o governo.

Nesse cenário, o Ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) fez uma crítica à concentração do poder da Câmara, que atualmente possui um poder de influência e maiores prerrogativas do que no passado. Vale lembrar que na década de 1990, o poder Executivo governava basicamente por meio de Medidas Provisórias, que possuíam um poder e alcance muito superior ao atual. Além disso, raramente houve vetos presidenciais posteriormente cassados pelo Congresso Nacional, uma mudança que se deu a partir da presidência da Câmara de Henrique Eduardo Alves (MDB), em 2013, que passou a obrigar a análise de vetos do ano legislativo antes da votação do orçamento do próximo ano.

A despeito da análise de Haddad fazer sentido, ter expressado essa opinião, desta forma, naquele momento criou um desgaste institucional com os parlamentares. Em resposta, Lira adiou a reunião de discussão do arcabouço fiscal, que foi realizada somente uma semana depois, nesta segunda-feira (21).

Vale lembrar que o Ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) segundo levantamento da Quaest apontou 52% das avaliações positivas. Somente 20% dos deputados disseram que o chefe da Economia do governo Lula faz um trabalho negativo. Em comparação, Rui Costa (PT), da Casa Civil, é visto de forma positiva por somente 25% dos parlamentares, tendo 51% negativo.

O levantamento mostra o prestígio e a habilidade de Haddad, que logo após a reação de Lira, ligou para o presidente da Câmara para contornar as arestas e controlar os danos políticos.

Haddad também conta com uma boa avaliação no mercado financeiro. Segundo a Quaest, em julho, contava com 65% de aprovação entre gestores do mercado financeiro. Em contrapartida, sua avaliação positiva é de somente 26% dos brasileiros, segundo levantamento divulgado pela Quaest nesta sexta-feira (18).

Manter um bom relacionamento com os parlamentares, em momento de Congresso empoderado, é fundamental para as pretensões políticas do Ministro, que implicam ampliar a arrecadação do governo, bem como eleitorais, que incluem até a sucessão presidencial caso Lula não concorra em 2026.

O que esperar da tramitação do arcabouço fiscal?

Entrevista sobre o novo arcabouço fiscal e a reforma ministerial no Governo Lula na BM&C News:

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