Out 2023
24
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

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Como está o conflito?

O cerne da questão reside nas competências do Congresso Nacional e do STF. Pacheco argumenta que, se houver temas “polêmicos”, cabe ao Congresso debater, e se não houver debate, deve prevalecer a lei atual. Ele enfatiza que os rumos do Brasil devem ser determinados pelo Poder Legislativo por meio de suas competências de legislar sobre qualquer matéria.

No entanto, a situação se complica ainda mais com temas delicados, como o Marco Temporal, que mantêm mobilizados parlamentares da bancada do agronegócio. Com os vetos parciais do presidente Lula ao PL do Marco Temporal, que foi aprovado no Congresso em resposta a um julgamento do Supremo com tese oposta, a oposição já está se movimentando para derrubar esses vetos.

A oposição havia iniciado uma obstrução das votações no Congresso Nacional como resposta a julgamentos do STF que, segundo eles, interferiam em assuntos de competência do Legislativo, como o aborto, o Marco Temporal e a descriminalização das drogas. No entanto, após uma reunião com Rodrigo Pacheco, os parlamentares de oposição decidiram na semana passada interromper a obstrução, confiantes de que suas pautas serão debatidas no Senado e aprovadas até o final deste ano.

Há três PECs principais em discussão que podem ser configurados como retaliações no movimento parlamentar crítico ao Judiciário: a possibilidade de limitar decisões monocráticas do STF, de instituir mandato de ministros e a instituição de prerrogativa do Congresso para revogar decisões do STF em determinadas circunstâncias.

O avanço dessas propostas no Senado tende a pressionar a Câmara, mas apesar das esperanças dos oposicionistas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), sinalizou para aliados que mesmo se essas pautas avançarem no Senado, ele não pretende colocá-las em votação na Câmara.

Após assumir a presidência do STF, Luís Roberto Barroso tem buscado distensionar a relação com o Executivo e Legislativo, mas temas como o Marco Temporal tendem a manter mobilizada os parlamentares que integram a bancada do agronegócio, uma das mais influentes do Congresso Nacional.

Com os vetos parciais no PL do Marco Temporal do presidente Lula, a oposição já está se mobilizando para derrubar o veto, como apontou a ex-ministra da Agricultura e Senadora, Teresa Cristina (PP/MS).

O conflito entre o STF e o Congresso Nacional permanecerá como um desafio importante para a política brasileira. Contudo, ainda não há riscos de inércia e paralisia legislativa, o que poderia atingir sobremaneira o Governo Lula.

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