Nov 2023
22
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

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O que tem acontecido com Flavio Dino?

Entre a equipe ministerial do governo Lula, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), foi quem mais se destacou. Levantamento realizado pela empresa de análise de redes Bites apontou que sua popularidade em ambiente digital foi o dobro da segunda colocada, Simone Tebet (MDB). Trata-se de um fruto de ter protagonizado o debate digital em torno do governo federal em razão do 8 de janeiro, já que sua pasta é responsável pelo caso, mas também por embates travados com o bolsonarismo em diversas audiências públicas que ocorreram desde então.

Todavia, as últimas semanas não foram fáceis para Dino.

O primeiro episódio surgiu com o debate que se iniciou sobre quem assumiria o lugar de Rosa Weber.

Pesquisa da Atlas Intel apontou que a maior preocupação dos brasileiros (56%) é a criminalidade, tráfico de drogas e corrupção, e a falta de foco do Ministério de Dino tem sido criticada. Fontes internas do governo sinalizaram de forma crítica uma preocupação excessiva de Dino com a possível vaga na Suprema Corte que supera seu foco em relação às obrigações da pasta que comanda.

Outro fator que pesou de forma negativa contra Dino foi a recente divulgação de que a esposa de um líder do Comando Vermelho no Amazonas esteve em audiência oficial no Ministério da Justiça. Luciane Barbosa, apelidada de “dama do tráfico amazonense”, foi recebida por assessores do ministro Dino para discutir violações aos direitos dos presos, por meio de uma ONG representada por ela. Houve falha na análise de antecedentes pré-audiência, algo rotineiro que é feito na Esplanada.

Um terceiro fator é a saúde de Dino, que está fragilizada em virtude de seu sobrepeso e da alta rotina de trabalho no Ministério. Caso não seja indicado ao STF, Dino pode acabar deixando a pasta e retornar ao Senado Federal, em que tem mandato até 2031 e a rotina é considerada menos intensa.

O nome de Dino é bem avaliado pelos ministros do STF, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. Contudo, o Advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias, é defendido por diferentes alas do PT e é considerado hoje pelos congressistas o nome mais favorável, visto que tem trabalhado em silêncio e não tem se envolvido em polêmicas e criando tensões políticas, um roteiro mais adequado para quem precisa passar por sabatina e votação entre o senadores. Além disso, Messias, que é evangélico, vem conversando com a ala religiosa da Câmara dos Deputados há alguns meses, em franca campanha.

Diante dos recentes acontecimentos que abalaram a trajetória do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, sua continuidade à frente do Ministério da Justiça fica envolta em incertezas. Se por um lado, sua notoriedade nas redes sociais e a avaliação positiva de alguns ministros do STF contribuem para seu prestígio, por outro, os questionamentos sobre a priorização de suas responsabilidades, episódios controversos envolvendo audiências e a preocupação com sua saúde complicam seu caminho.

O cenário político, marcado também pela ascensão do Advogado-Geral da União, Jorge Messias, sugere um desfecho imprevisível para Flávio Dino, que pode culminar não apenas em uma mudança ministerial, mas também na reconfiguração de sua carreira política.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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