Jan 2024
18
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

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porLuan Sperandio

O que apontou o levantamento da Unafisco?

O impacto é expressivo: atualmente 13,6 milhões de contribuintes que hoje pagam imposto de renda estariam isentos caso houvesse uma correção integral da tabela. Nesse sentido, o Estado brasileiro abocanha R$ 202 bilhões ao não promover o reajuste.

Para a Unafisco, o levantamento destaca uma “flagrante desigualdade tributária, onde a classe média assalariada arca com o ônus do financiamento das políticas públicas, enquanto os mais abastados se beneficiam”. A entidade reforça a urgência de uma revisão na reforma tributária, propondo que a classe média possa compensar os acréscimos relacionados aos serviços no imposto de renda.

A tributação crescente, entretanto, é fruto do fato de que a tabela não tem sido ajustada na mesma proporção da inflação. A origem dessa voracidade fiscal remonta à segunda metade da década de 1990, quando a União já enfrentava uma crise fiscal com um déficit público nominal superior a 6% do PIB e um aumento da dívida pública. Isso resultou na ausência de correção da tabela entre 1996 e 2001, interrompendo os reajustes periódicos que ocorriam até então.

Desde 1996, em grande parte dos anos, a tabela do imposto de renda não foi reajustada, e em apenas seis ocasiões a correção superou a inflação anual. O Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) calcula que, no período de 1996 a 2023, ocorreu uma defasagem média acumulada de 134% na Tabela do Imposto de Renda.

Essa lacuna fez com que indivíduos de menor renda, inicialmente isentos de tributação, passassem a ser taxados, enquanto outros foram submetidos a uma carga tributária mais elevada.

Para contextualizar, se a tabela tivesse sido corrigida de acordo com a inflação desde 1996, a isenção da tributação seria para aqueles com renda mensal de R$ 4.942,29.

Dado que a legislação tributária atual não impõe obrigatoriedade para esse tipo de correção, os brasileiros da classe média se veem cada vez mais sobrecarregados por impostos, revelando uma artimanha para aumentos tributários.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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