5 pontos sobre o impacto das manifestações convocadas por Bolsonaro
O retorno de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) às ruas no dia 25 de fevereiro ainda repercute em Brasília e terá reflexos políticos e eleitorais. Na visão de José Luiz Orrico, diretor político da Futura Inteligência, ainda é cedo para fazer previsões precisas acerca do que há por vir. A seguir, Orrico escreve sobre o assunto.
No último domingo (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) liderou um evento na Avenida Paulista, reunindo centenas de milhares de participantes, com o objetivo de denunciar o que ele considera “perseguições injustas” desde que deixou o cargo, destacando especialmente o episódio de 8 de janeiro.
Independentemente da perspectiva adotada em relação ao evento, é inegável que ele foi um sucesso. Bolsonaro conseguiu atrair uma multidão (o número varia de 180 mil a 700 mil, dependendo da fonte) para o evento, demonstrando seu apoio e repúdio ao que vem ocorrendo. Agora surge a pergunta: quais serão as consequências desse evento? Muitas pessoas estão ansiosas por uma resposta, porém, é cedo para fazer previsões precisas. No entanto, com base nas análises feitas, uma coisa é clara: os processos em curso em
Brasília não sofrerão mudanças imediatas.
Quanto ao futuro, será preciso esperar para ver. A situação precisa se desenrolar para entendermos completamente as ramificações, mas podemos especular sobre algumas possibilidades.
Considerando que os processos provavelmente continuarão, é plausível que as investigações em andamento possam eventualmente levar à prisão do ex-presidente e de alguns de seus associados. Parece evidente que as investigações estão se aproximando cada vez mais de comprovar sua participação, talvez até mesmo coordenação, em um suposto projeto de golpe institucional.
Em âmbito político-eleitoral, surge a questão de quem assumirá a bandeira do bolsonarismo. Conforme observado por Tarciso de Freitas (Republicanos), Governador de São Paulo, “o bolsonarismo transcendeu a figura de uma pessoa para se tornar uma instituição”. Nesse contexto, parece que Tarciso está bem posicionado para assumir esse papel, demonstrando competência ao navegar entre o radicalismo e a moderação e fortalecendo sua posição nas pesquisas eleitorais, vide pesquisas recentes da própria Futura.
Quanto ao futuro de Bolsonaro, a grande incógnita é: o que acontecerá com ele? Se for preso, será capaz de permanecer relevante durante o período ou será substituído e esquecido? Essa é uma pergunta difícil de responder, especialmente considerando o caso de Lula, que manteve sua relevância política mesmo durante o período em que esteve preso.
Quanto ao evento em si, poderá ser visto como o “último ato do ex-presidente Bolsonaro”? Somente o tempo dirá.
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