Brasil piora, e é o 124º país em ranking de Liberdade Econômica global
A Futura Inteligência tem monitorado a percepção dos brasileiros a respeito do Governo Lula a cada 100 dias. Na visão de José Luiz Orrico, diretor político da organização, apesar do contexto de calcificação do debate público, provocado pela polarização política, houve mudanças importantes que podem ser verificadas nesta 4ª rodada de pesquisas, após 400 dias de governo. A seguir, Orrico escreve sobre o assunto em Data Business.
José Luiz Orrico |A avaliação geral do Governo e do Presidente Lula continuam se mantendo dentro do mesmo padrão desde a 2ª rodada de pesquisa, quando se analisou os 200 dias do mandato. Ele tem se mantido estável em torno dos 40% de avaliação positiva e 35% de avaliação negativa.
Contudo, as avaliações sobre a economia no Governo Lula, pioraram nessa rodada, tanto no que se refere a avaliação geral da economia, mas, principalmente, quando se avalia a inflação. A questão do desemprego foi a única que teve uma pequena alteração na avaliação positiva da população.
Tendo em vista que os índices econômicos têm melhorado, o que pode explicar essa avaliação? O aumento dos alimentos ocorrido, a partir do 2º semestre do ano passado, levam à população a ter maior dificuldade para manter suas despesas em um mesmo patamar. Ou seja, o sentimento de gastar mais para comprar o mesmo influencia diretamente nessa avaliação.
Por outro lado, é muito claro que a população continua dividida entre Lula/esquerda e Bolsonaro/direita, levando também a avaliações que ultrapassam a realidade do momento econômico. A polarização persiste e continuará, pelo menos durante algum tempo, e isso influenciará as avaliações. Ou seja, quem gosta de Lula e se considera de esquerda, tende a avaliar positivamente. Quem não gosta de Lula e é de direita, tende a avaliar negativamente.
Vale chamar atenção que o campo dessa pesquisa foi feito antes da viagem de Lula a Etiópia, em que fez o pronunciamento vinculando o conflito em Gaza ao Holocausto. Pesquisas mais recentes mostram uma perda de avaliação positiva do governo federal e do presidente Lula após esse episódio.
Do ponto de vista dos serviços, saúde e educação continuam sendo aqueles que aparecem como mais importantes do ponto de vista da população, depois do desemprego e empatados em quarto lugar vêm segurança e agricultura.
Por fim, nos testes eleitorais para 2026 de presidente que temos feito, a novidade é o crescimento do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que, quando confrontado com Lula (PT), fica do mesmo tamanho do Bolsonaro e quando o confronto é com o Ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) aparece, pela primeira vez, com um índice um pouco maior, mesmo considerando que o resultado é de empate técnico.
Quanto à segmentação das respostas dos entrevistados é fácil verificar que Lula se mantém melhor no público de mulheres, moradores do Nordeste e naqueles de baixa escolaridade e renda mais baixa. É, justamente, o grupo que elegeu Lula, o que mostra que ele tem sabido se comunicar bem entre seus eleitores, mas ainda enfrenta dificuldade em avançar no grupo social que preferiu votar em seu principal adversário político.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória