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As eleições municipais de 2024 se aproximam, e, como de costume em todo processo eleitoral, surgem as discussões sobre os critérios que os eleitores utilizarão para escolher seus candidatos preferidos e exercer seu direito de voto. Os escolhidos serão responsáveis por serem os prefeitos e vereadores das cidades entre 2025 e 2028.
Na visão de José Luiz Orrico, diretor político da Futura Inteligência, a polarização política não será o fator decisivo para o voto dos eleitores. A seguir, Orrico escreve sobre o assunto.
Após a intensa polarização nas eleições presidenciais de 2022, é perceptível que muitos candidatos, com respaldo de diversos analistas, estão adotando posicionamentos ideológicos como base fundamental para suas campanhas, seja vinculando-se à “extrema direita” ou à “extrema esquerda”.
Entretanto, essa abordagem não tende a se consolidar. Ao meu ver, o foco principal do eleitorado nas eleições municipais reside em identificar qual candidato é capaz de proporcionar a melhor prestação de serviços essenciais para a comunidade, em especial temas como saúde, educação e a gestão geral da cidade. Historicamente, foi assim desde a redemocratização no Brasil. Somente as disputas municipais em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte costumavam ter um caráter de influência em temas nacionais.
Nesse contexto, especialmente nos casos de reeleição, a avaliação do atual incumbente (no caso, dos atuais prefeitos) torna-se a pauta central. Se o gestor em exercício goza de boa avaliação, é pouco provável que seja derrotado nas urnas.
Há poucos casos em que um incumbente bem avaliado não vence a disputa. Um deles ocorreu na eleição para governador do Espírito Santo em 2014, quando o então governador Renato Casagrande (PSB), que possuía altos índices de aprovação, foi derrotado. Naquele caso, havia uma peculiaridade rara também em disputa: o principal adversário era um ex-governador que deixara o cargo com índices ainda melhores.
Neste ano, considerando os dez maiores colégios eleitorais do Espírito Santo, em apenas três não haverá candidatos à reeleição. Nos outros sete, Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra, Linhares, Colatina e Aracruz, os prefeitos em exercício concorrerão no certame.
Portanto, nesses colégios, a gestão dos prefeitos será avaliada pela população, e somente então poderemos verificar se a eleição se desenrolará conforme minha perspectiva, baseada na prestação de serviços, ou se aqueles que creem na influência preponderante da discussão ideológica estão corretos. Só nos resta aguardar outubro para saber.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória