Maio 2024
21
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

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Mudanças na liderança da Petrobras

Na semana passada, o presidente Lula (PT) demitiu Jean Paul Prates da presidência da Petrobras e indicou Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para assumir o cargo. Prates estava no comando da estatal desde o início do governo Lula, em 2023, mas já vinha enfrentando insatisfações por parte do presidente desde então.

O primeiro atrito entre Lula e Prates surgiu em 2023, quando houve uma discussão sobre a distribuição de lucros da empresa. Durante esse período, o nome de Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), chegou a ser cogitado para assumir a Petrobras. Em março de 2024, ao divulgar um lucro de R$ 124,6 bilhões em 2023, a Petrobras informou que o conselho de administração aprovou a distribuição de R$ 14,2 bilhões em dividendos, intensificando as tensões internas.

Em meio às pressões, houve mudança na política de preços da companhia, resultando na defasagem nos preços da gasolina em mais de 20% e de 7,85% no diesel, cujo último reajuste ocorreu ao final de dezembro de 2023.

Além dos conflitos com Lula, Prates também acumulou disputas com o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Silveira criticou a falta de investimento da Petrobras na produção de gás natural, acusando a estatal de negligência nessa área. Lula, por sua vez, discordava da política de investimentos em estaleiros defendida por Prates.

Instabilidades na Petrobras

Com a saída de Prates, as ações da empresa caíram mais de 10%, resultando em uma perda de valor de mercado de R$ 55 bilhões, o que fez com que a companhia saísse do ranking das 10 maiores petroleiras do mundo.

A constante troca de presidentes na Petrobras reflete a complexa dinâmica presente em uma empresa de capital misto com grande importância econômica. Nos últimos oito anos, a estatal teve oito presidentes, evidenciando uma média histórica de mandato de curta duração, aproximadamente 18 meses.

Essa instabilidade na liderança e a defasagem nos preços da gasolina são desafios significativos para a Petrobras, que precisa alinhar suas políticas internas e externas para garantir uma gestão eficiente e transparente, atendendo tanto aos interesses econômicos quanto às expectativas do governo e da sociedade.

Os próximos passos na Petrobras

Em comunicado aos investidores, a Petrobras informou que o Ministério de Minas e Energia indicou Magda Chambriard para os cargos de presidente da companhia e membro do Conselho de Administração. A indicação de Chambriard será submetida aos procedimentos internos de governança da Petrobras, incluindo análises de conformidade e integridade, com avaliação pelo Comitê de Pessoas e pelo Conselho de Administração.

Conforme o estatuto da Petrobras, para ser presidente da estatal, é necessário ser conselheiro, o que implica que Magda só poderá assumir a presidência após a aprovação do Conselho.

Mesmo que a indicação de Chambriard seja aprovada rapidamente, o processo burocrático exige um prazo mínimo. A convocação de uma assembleia deve aguardar um período de 30 dias, o que significa que a efetivação de Magda no cargo de presidente da Petrobras pode levar entre um a dois meses.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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