STF decide que FGTS terá correção mínima pela inflação
Pesquisa da Atlas Intel divulgada neste final de semana apontou que a desaprovação do governo Lula atingiu 47%, igualando seu pior índice neste mandato, enquanto a aprovação está em 51%, representando um empate técnico em virtude da margem de erro. Apesar do crescimento da economia, a avaliação tem se deteriorado. O que explica essa queda?
O aumento na desaprovação coincide com uma série de desafios enfrentados pelo governo, incluindo críticas à gestão econômica, à articulação no Congresso Nacional e a eventos climáticos adversos no Rio Grande do Sul.
A popularidade de Lula sofreu um declínio significativo, refletindo a insatisfação crescente entre diversos segmentos da população. O crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2024 de 0,8% foi comemorado pela ala econômica e política do governo, mas ainda não se traduziu em aumento de popularidade. Além disso, o próximo trimestre será impactado pela tragédia ambiental no Rio Grande do Sul, que representa mais de 6% da economia nacional.
Desde o início do governo, há indicadores positivos na economia, como a inflação baixa, a queda na taxa de juros a partir do segundo semestre de 2023 e a redução do desemprego. Entretanto, a desaprovação cresceu desde então.
Uma explicação da percepção negativa sobre a administração de Lula persiste devido a diversos fatores emocionais e ideológicos, que marcam a atual fase de polarização política do país.
Adicionalmente, a insistência de Lula em implementar mudanças tributárias com teor arrecadatório sem olhar também o fator despesas têm chegado a um nível de esgotamento no sentimento das elites políticas e também dos setores econômicos. O melhor exemplo foi a recente tentativa de mudanças no PIS/Cofins por meio da MP 1227/24, que acabou por ser devolvida pelo Congresso Nacional, sendo esta somente a sexta vez na história.
Por fim, o governo Lula tem perdido batalhas importantes em relação à pauta dos costumes, que mobiliza principalmente segmentos da sociedade onde a aprovação do governo é menor, como os evangélicos.
Assim, mesmo com indicadores econômicos positivos, a popularidade do governo Lula enfrenta um cenário complexo, onde a recuperação econômica não é suficiente para contrabalançar a insatisfação popular e a polarização política.
A capacidade do governo em responder efetivamente às crises e comunicar suas políticas de maneira convincente nos próximos meses será importante para tentar reverter esse quadro e melhorar sua avaliação perante a sociedade. Se isso não ocorrer, é possível que o desempenho de aliados nas eleições municipais de 2024 seja prejudicado.
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