Jul 2024
30
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

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porLuan Sperandio

O que esperar das eleições municipais de 2024

1. Intensa polarização política

A polarização entre o Lulo-petismo e o bolsonarismo será uma característica marcante das eleições de 2024. Com 74% dos eleitores considerando o posicionamento político dos candidatos como um fator decisivo, a influência de temas nacionais será mais forte do que nunca, de acordo com pesquisa da Futura Inteligência.

Essa polarização reflete uma divisão ideológica profunda no país, que deverá se manifestar em debates acalorados e campanhas eleitorais altamente competitivas.

2. Nacionalização ampliada

Historicamente, apenas as eleições de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte são nacionalizadas. Porém, em 2024, essa tendência deve se expandir para outras capitais, com destaque para Vitória (83,7%), Salvador (83%), Manaus (82,9%), Fortaleza (82,8%) e Curitiba (82,1%), em que os eleitores afirmaram com maior intensidade que o alinhamento político é crucial na sua decisão de voto, conforme pesquisa da Futura Inteligência.

Esse fenômeno de nacionalização pode elevar o impacto das figuras políticas nacionais nas campanhas locais, tornando a dinâmica eleitoral ainda mais complexa.

3. Preocupações locais dominantes

Apesar da polarização, questões locais continuam sendo fundamentais. Saúde (33,8%), Educação (23,9%), Desemprego (12,7%) e Segurança Pública (10,2%) são as principais preocupações da população, conforme pesquisa da Futura Inteligência de junho de 2024. Esses temas refletem as necessidades imediatas e cotidianas dos eleitores, que esperam soluções concretas dos candidatos para melhorar suas condições de vida.

4. Parlamentares na disputa

Praticamente todos os parlamentares estão envolvidos na campanha eleitoral porque as eleições municipais elegem vereadores e, sobretudo, prefeitos, que serão seus cabos eleitorais em 2026. Portanto, é estratégico eleger aliados.

55, incluindo três senadores, vão concorrer nas eleições municipais, segundo levantamento do Ranking dos Políticos. No entanto, apenas 10% deles têm chances reais de vencer, refletindo um cenário competitivo e incerto. A participação desses parlamentares nas eleições locais pode ser vista como uma tentativa de fortalecer suas bases e garantir maior influência política em suas regiões.

5. Partidos em destaque

Analisando as pesquisas eleitorais nos embates das capitais, fica claro que o resultado final deste ciclo será mais positivo para partidos de centro, centro-direita e direita. União Brasil, PSD e MDB disputam qual legenda elegerá o maior número de prefeitos nas capitais. O União Brasil deve eleger pelo menos cinco prefeitos em capitais, o PSD quatro e o MDB também quatro. Destaque para a competitividade desses partidos em importantes centros, como Salvador (Bruno Reis – União Brasil), Rio de Janeiro (Eduardo Paes – PSD) e São Paulo (Ricardo Nunes – MDB). Já o Republicanos, partido evangélico, lidera em Belo Horizonte com Mário Tramonte e em Vitória com Lorenzo Pazolini.

O PL é favorito em Aracaju (Emília Corrêa), Belém (Éder Mauro) e Maceió (JHC). O partido também é competitivo em Palmas e Rio Branco. Já seu principal antagonista, o PT, não lidera em nenhuma capital, apesar de ser competitivo em Goiânia, Porto Alegre e Teresina. A esquerda tem competitividade sobretudo em São Paulo com Guilherme Boulos (PSOL) e Recife com João Campos (PSB).

Desafio das fake news marcará disputa

6. Justiça Eleitoral e a preocupação com desinformação

A Justiça Eleitoral começou a punir o uso irregular de inteligência artificial (IA) na pré-campanha das eleições municipais, definindo novos limites para a disputa. Decisões de tribunais regionais eleitorais já aplicaram multas ou determinaram a remoção de conteúdos, especialmente em casos de deepfakes. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou regras que proíbem o uso de deepfake, e a presidente da Corte, Cármen Lúcia, prioriza o tema. A ministra substituiu Alexandre de Moraes, mas segue a mesma tendência que ele (mas com maior discrição no relacionamento com imprensa).

7. Apesar de tudo, a política local continuará em evidência

A obra “All Politics Is Local: And Other Rules of the Game”, escrita por Tip O’Neill, que presidiu a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos entre 1977 e 1987, enfatiza que, independentemente das questões nacionais ou globais em jogo, os políticos têm uma responsabilidade fundamental de representar os interesses de suas comunidades locais.

Mesmo com a crescente nacionalização, a premissa de que toda política é local continua sendo válida. A avaliação do eleitorado sobre a qualidade de zeladoria dos prefeitos será fundamental nessa questão. Os eleitores devem equilibrar suas preocupações locais com a influência de grandes temas nacionais, tornando a eleição de 2024 um evento complexo e multifacetado. As promessas de campanha focadas em melhorias tangíveis para as comunidades locais serão essenciais para conquistar o eleitorado.

Isso significa que, para ter sucesso na política, é crucial entender e responder às preocupações e necessidades das pessoas que você representa em sua base eleitoral local.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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