Ago 2024
30
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

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porLuan Sperandio

Avaliação do nome de Gabriel Galípolo

O Banco Central tem sido pressionado politicamente diante do cenário de desvalorização do Real frente ao Dólar ao longo de 2024 e de uma taxa Selic cujo ciclo de queda cessou na última reunião do Comitê de Política Monetária. A pesquisa parlamentar do Ranking dos Políticos mostrou que 52,9% dos deputados federais avaliam a atuação do Banco Central como ótima ou boa, enquanto 21,6% a consideram ruim.

Esse panorama representa um conjunto de desafios a serem enfrentados pelo sucessor de Roberto Campos Neto. Nesse sentido, Galípolo pode ser uma figura central na tentativa de pacificar as relações entre o Palácio do Planalto e a autoridade monetária durante o terceiro mandato do presidente Lula. Com formação em Economia pela PUC-SP e passagens relevantes tanto pelo setor público quanto privado, Galípolo já demonstrou habilidade política ao fazer parte da equipe de transição do governo Lula e posteriormente ao atuar como número 2 do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ao longo de 2023.

Apesar de sua proximidade com Lula, que o considera um “menino de ouro”, e do apoio que goza entre os servidores do Banco Central, Galípolo enfrenta desconfiança de parte do mercado financeiro. Sua visão econômica, considerada por alguns como pouco ortodoxa, e sua relação próxima com o governo, levantam preocupações sobre uma possível flexibilização da política monetária, especialmente em relação à taxa de juros.

Contudo, Galípolo é firme no sentido de que não hesitará em tomar decisões difíceis. Em reuniões do Comitê de Política Monetária, ele já validou a manutenção dos juros em dois dígitos, ganhando pontos com o mercado por sua postura firme contra a inflação.

Sua nomeação ainda precisará ser votada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e, posteriormente, pelo Plenário do Senado Federal. A expectativa é que Galípolo seja aprovado com relativa tranquilidade. Ele já foi aprovado pelo Senado no ano passado para o cargo de diretor de Política Monetária, função que exerce atualmente, e importantes lideranças da oposição, apesar de críticas, já sinalizaram que não devem se opor à nomeação, reconhecendo ser esta uma prerrogativa do presidente Lula.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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