Nov 2024
4
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

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porLuan Sperandio

O que explica a desvalorização do Real?

O Brasil está entre os 12 países, entre 118 analisados, cuja moeda acumula desvalorização de dois dígitos neste ano.Vale ressaltar que, para além dos valores nominais, é essencial verificar o comportamento da taxa efetiva real de câmbio, que considera o efeito da inflação. Em termos reais, o dólar alcançou seu ponto mais alto em setembro de 2002, quando chegou ao equivalente a R$ 8,14 em valores corrigidos.

A depreciação do real reflete, em parte, a desconfiança do mercado em relação à política fiscal do governo Lula. As preocupações dos investidores quanto à sustentabilidade das contas públicas aumentam o custo de proteção contra riscos cambiais, elevando a pressão sobre o câmbio.

Apesar das promessas de ajuste, a equipe econômica do Ministro Fernando Haddad (PT) ainda não apresentou medidas efetivas para controlar o crescimento dos gastos, e não há expectativa de que quando anunciado este tenha impacto de curto prazo. Dessa forma, a estabilidade do Real tende a se comprometer.

Nesta semana, não deve haver o anúncio, haja vista que o Ministro estará em agenda oficial na Europa.

Haddad utiliza como principais argumentos para convencimento do presidente Lula para a necessidade de cortes a busca pelo grau de investimento e a liberação de recursos para políticas públicas prioritárias, como o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda. Além disso, ainda há resistência do Congresso em relação ao aumento de impostos, e, sem os cortes, as chances de redução da taxa de juros pelo Banco Central serão limitadas.

Nesse sentido, espera-se que o pacote de cortes varie entre R$ 40 bilhoes e R$ 60 bilhões. Embora o volume pareça elevado, é importante lembrar que, desde a Emenda Constitucional da Transição e com o novo arcabouço fiscal, os gastos públicos aumentaram em cerca de R$ 400 bilhões.

A incerteza fiscal, alimentada pela hesitação do governo em adotar medidas concretas, deixa o Brasil vulnerável a flutuações cambiais e a uma possível escalada inflacionária. Resta saber se o governo conseguirá reverter esse cenário e restaurar a confiança dos investidores antes que o real sofra desvalorizações ainda mais expressivas.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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