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Faz a Conta

por Tamires Endringer

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O sonho da casa própria e o impacto da variação da Selic

O sonho da casa própria é prioridade para 87% da população brasileira, porém, deve ser tratado com planejamento e cautela uma vez que, para a maioria dos que pretendem comprar um imóvel esta aquisição será realizada por meio de financiamento de longo prazo.

O sonho da casa própria e o impacto da variação da Selic

O sonho da casa própria é um dos principais objetivos do brasileiro, sendo esta a meta para 87% das pessoas, segundo estudo realizado em 2022 pela plataforma QuintoAndar em parceria com o instituto data Folha. De acordo com a pesquisa esse objetivo tão presente para a população brasileira tem grau de importância significativo, ficando, em uma escala de prioridades, acima da importância de ter uma família, filhos e estabilidade financeira. Outro dado interessante da pesquisa é que o sonho da casa própria está mais presente nos jovens, alcançando 91% dos entrevistados na faixa etária de 21 a 24 anos, e nas classes sociais mais baixas, alcançando 92% dos entrevistados das classes DE. Ocorre que para a realização desse sonho um bom planejamento financeiro deve ser feito e muitas variáveis devem ser observadas para que a casa própria não se torne um problema financeiro. Afinal quando consideramos a aquisição da casa própria a maioria da população pretende adquirir o imóvel próprio através de financiamento imobiliário, com consequente pagamento de juros, além da existência dos custos de registro, taxas e impostos de transferência do imóvel e corretagem. As recentes altas da taxa básica de juros (Selic) trouxeram uma realidade em relação ao financiamento imobiliário que antes da pandemia não era esperada pela população, uma vez que tais empréstimos são impactados pela variação da Selic ou pela variação da poupança, que também sofre influência da variação da taxa, além da modalidade atrelada a inflação (IPCA). Desta forma, as taxas de financiamento, que eram aproximadamente 7,20% mais TR no ano de 2021, saltaram para cerca de 10,00% mais TR em 2022, ao passo que os contratos atrelados à poupança, passam a ter com a alta da Selic a taxa calculada com a somatória de um percentual fixo, na casa dos 2,80%, mais a variação da poupança, que atualmente é de 6,17%, mais a TR. Certo é que as mudanças econômicas ocorridas recentemente trouxeram um custo adicional significativo ao financiamento imobiliário, sem perspectiva de alteração no curto prazo, configurando-se como um complicador adicional, uma vez que quando tratamos de financiamento da casa própria falamos de contratos que chegam a 30 anos.     Pedro Simmer é Administrador, Mestre em Gestão Pública pela UFES, especialista em Finanças, Servidor Público Estadual atuando nas áreas de Planejamento, Orçamento e Gestão e Professor de Planejamento Estratégico e Finanças.