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por Tamires Endringer

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Financiamento imobiliário: opções e riscos

Uma das formas mais utilizadas para aquisição de imóveis, o financiamento imobiliário pode ser o único meio de compra do imóvel para algumas pessoas, mas traz riscos caso não se tenha o conhecimento necessário e se faça a melhor escolha no ato da realização do contrato.

Financiamento imobiliário: opções e riscos

Ao prosseguir no tema iniciado no artigo da semana anterior sobre o sonho da casa própria e sua forma de realização, esta semana trataremos de financiamento imobiliário, no que se refere às opções e aos riscos dessa modalidade de aquisição de imóvel utilizada por parcela considerável da população. O financiamento imobiliário é amplamente utilizado para aquisição de imóveis, mas não é a única opção, uma vez que existe a disponibilidade no mercado de realização de consórcio imobiliário e ainda a possibilidade de aquisição com recursos próprios, alternativa esta mais difícil se considerada a renda do brasileiro e os preços praticados no mercado imobiliário. Em regra, para realização de um financiamento podem ser utilizados dois sistemas: (i) o Sistema Financeiro de Habitação (SFH) sujeito a regras do Governo Federal, valor máximo avaliado do imóvel em R$ 1.500.000,00 e taxa máxima de financiamento em 12% ao ano mais TR, e o (ii) Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) em que não existem regras determinadas e as condições do financiamento são entre o banco e a pessoa que deseja realizar o financiamento. Outra diferença entre os dois sistemas é que no SFH o próprio imóvel financiado é garantia deste financiamento, enquanto no SFI podem existir outras formas de garantia do contrato como uma hipoteca. Outro ponto relevante a ser analisado na hora da realização do contrato é a forma de amortização do saldo devedor do financiamento, sendo que os mais comuns praticados são o (i) Sistema Price, sistema cada vez menos utilizado no Brasil, em que as parcelas pagas são fixas, os juros decrescentes e a amortização do principal crescente e o (ii) Sistema de Amortização Constante (SAC), sistema em que a amortização do saldo devedor é fixa, juros decrescentes e consequentemente a parcela também decrescente. Além dos pontos já listados é de grande relevância na contratação do financiamento imobiliário conhecer a taxa de juros utilizada e o seu custo efetivo total, sendo que no mercado as taxas mais comuns utilizadas para correção do saldo devedor são a poupança, Selic e IPCA. Em um cenário de incerteza econômica repleto de fatores que não estão ao alcance do tomador do empréstimo, como eleições, inflação e guerra em que o custo do financiamento acaba se elevando, é preciso estudo e cautela para que seja realizado um contrato que se encaixa no orçamento familiar, ainda mais considerando o longo prazo de realização destes. Além da taxa de correção do financiamento outros custos devem ser conhecidos, pois é permitido aos bancos a cobrança de tarifas de avaliação, administração, análise de propostas e a obrigatoriedade de contratação de seguro, além da oferta de outros produtos no ato da contratação do financiamento. Como todo investimento a aquisição de imóveis através de financiamento imobiliário apresenta riscos que podem levar a perda do bem adquirido. Ao se alocar recursos em um imóvel, através do financiamento a pessoa reduz seu capital para investir e receber juros e passa a pagar juros do financiamento para o banco. Além disso caso a pessoa não seja capaz de honrar o compromisso assumido ela pode ter seu nome incluído em bancos de inadimplentes ou mal pagadores além de, em casos, extremos ter a perda do imóvel devido a inadimplência do financiamento. Com o objetivo de pagar menos juros a pessoa que contrata um financiamento imobiliário deve usar a estratégia de quitar este o quanto antes, amortizando o saldo devedor sempre que possível e reduzindo desta forma o tempo restante do financiamento.   Pedro Simmer é Administrador, Mestre em Gestão Pública pela UFES, especialista em Finanças, Servidor Público Estadual atuando nas áreas de Planejamento, Orçamento e Gestão e Professor de Planejamento Estratégico e Finanças.