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Faz a Conta

por Tamires Endringer

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Alugar imóvel ou comprar a casa própria

Quando se fala em aquisição de imóvel para casa própria é comum surgir o questionamento se é melhor comprar um imóvel ou investir este valor e morar de aluguel com os rendimentos. Porém, como qualquer investimento existem prós e contras, além de pontos não financeiros que devem ser observados para a tomada de decisão.

Alugar imóvel ou comprar a casa própria

De acordo com o estudo realizado pela plataforma QuintoAndar em parceria com o instituto Data Folha o sonho da casa própria está no topo da lista de objetivos para o brasileiro, sendo esta a meta para 87% das pessoas entrevistadas. Ocorre que, devido ao imóvel ser um ativo imobilizado que requer alto investimento e que representa parcela significativa do patrimônio de grande parte da população brasileira e com o aumento da informação e facilidade de outras formas de investimentos, é comum nos depararmos com a dúvida entre adquirir a casa própria ou alugar um imóvel para morar. Como qualquer outro investimento, a imobilização do capital em um imóvel possui pontos favoráveis e contrários e estes devem ser de conhecimento do investidor para a tomada de decisão. O imóvel, por ser um ativo imobilizado, tem volatilidade pequena se comparado com outros investimentos, ficando menos sujeitos às variações bruscas de preços, funcionando assim como uma segurança no portfólio do investidor, principalmente, em momentos de crise e incertezas. Imóveis situados em regiões bem localizadas, em regra, proporcionam ao investidor boa valorização no longo prazo, ainda mais quando há um crescimento da região além do previsto ou uma melhora do padrão dos novos imóveis da mesma localidade. Por outro lado, imóveis possuem baixa liquidez, sendo de difícil negociação se comparados a outras formas de investimentos em renda fixa ou variável como, títulos do Tesouro e ações, respectivamente, dificultando dessa forma a negociação em caso de necessidade imediata. Além da baixa liquidez os imóveis possuem custos altos no processo de aquisição, como escrituras e taxas de cartório, no processo de venda, como taxas de corretagem e imposto de renda sobre o ganho de capital, e ainda custos de manutenção, como reformas e melhorias. O valor do aluguel de imóvel varia conforme o estado do mesmo e a região onde está localizado, mas podemos adotar como parâmetro um percentual que varia entre 0,3% e 0,8% do valor do bem. Em um cenário de juros altos como o atual é possível encontrarmos aplicações em renda fixa, com baixo risco, com retorno na casa dos 13% ao ano, o que pode tornar atrativa a opção de aplicar o valor que seria destinado a aquisição e alugar um imóvel similar com o rendimento desta aplicação. Porém, não podemos descartar que os contratos de aluguéis são reajustados anualmente, em regra pelo IGPM, cujo índice acumulado nos últimos 12 meses está em 10,08%, aumentando desta forma o valor do aluguel. De fato, a decisão da compra ou não do imóvel próprio para moradia ultrapassa a questão meramente financeira, devendo ser considerada também a qualidade de vida e tranquilidade de toda a família, afinal quando se mora de aluguel o proprietário do imóvel pode requerer a desocupação deste imóvel, podendo gerar, assim, transtornos e despesas não previstas.   Pedro Simmer é Administrador com certificação CPA-20, Mestre em Gestão Pública pela UFES, especialista em Finanças, Servidor Público Estadual atuando nas áreas de Planejamento, Orçamento e Gestão e Professor de Planejamento Estratégico e Finanças.