Em geral, os bancos oferecem crédito de até R$ 21.000 para empresas de pequeno porte.
Governo avalia ampliação de microcrédito para pequenos negócios
O governo federal avalia aumentar o microcrédito bancário aos pequenos negócios, segundo o secretário de Inclusão Socioeconômica do Ministério de Desenvolvimento Social, Luiz Carlos Everton.
Everton participou do Fórum Brasileiro de Microempreendedorismo, realizado na última quarta-feira (17), em Brasília, pela Aliança Empreendedora.
De maneira geral, os bancos estatais oferecem crédito de até R$ 21.000 para empreendedores com negócios de pequeno porte. Os valores disponíveis variam de acordo com o perfil e experiência de crédito do cliente.
Quem pode contratar microcrédito, em geral:
Empreendedores informais: renda mensal de até R$ 30.000;
Microempreendedores Individuais (MEIs): faturamento de até R$ 81.000 por ano; Microempresas: faturamento bruto anual de até R$ 360.000.
“Os valores praticados hoje no microcrédito pararam no tempo. A maior parte das pessoas que recebem microcrédito, são beneficiários do Bolsa Família. Os valores precisam ser discutidos na rede bancária para amparar esses negócios e para que esses valores sejam mais elevados”, disse o executivo.
Além dos baixos valores, o secretário também citou a dificuldade cadastral enfrentada por esses indivíduos para ter acesso aos financiamentos. Everton defendeu, por outro lado, medidas para reduzir o percentual de microempresários consolidados dependentes do crédito.
“A gente sabe que muitos desses empreendedores ficam presos na concessão de crédito. Se parar, ele quebra”, afirmou sem citar números.
Ele atribuiu a inadimplência dos pequenos negócios à alta dos juros. A taxa básica de juros, a Selic, está em 13,75%. O indicador tem sido alvo de constantes críticas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que pressiona o Banco Central (BC) para reduzi-la.
“A falta de educação financeira também é outro tema. As pessoas não são capacitadas para gerir seus negócios”, afirmou.
Desafios
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço (MDIC) também considera necessário ampliar o acesso financeiro dos microempreendedores.
O ponto foi indicado como um dos maiores desafios enfrentados pela pasta, de acordo com a diretora do Departamento de Artesanato e Microempreendedor Individual da Secretaria de Micro e Pequena Empresa e Empreendedorismo (Sempe), Raissa Rossiter, que também participou do evento.
De acordo com Rossiter, também é necessário fazer com que as políticas públicas implementadas façam diferenças reais na vida dos empreendedores. Outro desafio, afirma, é compreender as realidades distintas dos perfis desse segmento.
“Precisamos ser criativos nas políticas públicas para gerar soluções que sejam efetivas para a vida dos empreendedores. Estamos trabalhando fortemente na simplificação de informações. Como a informação chega, é interpretada e entendida por quem precisa dela”, disse.
Com informações do Poder360