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Finanças de A a Z

por Ana Porto

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Por que a carne continua cara em 2021?

Segundo pesquisa pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP),  no dia 31 de maio, a carcaça bovina foi negociada à vista por R$ 19,80/kg, acumulando queda de 2,65% frente à média verificada no dia 30 do mês anterior. Essa foi a primeira queda no acumulado de um mês neste ano.

Mas no bolso dos brasileiros, essa redução, não teve muito efeito, isso porque em 2020, as carnes vendidas aos consumidores finais nos supermercados sofreram uma elevação de preços de 18% em média. Em fevereiro, a alta foi de 1,72% na comparação com janeiro e os últimos 12 meses registraram evolução nos valores na ordem de 29,5%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE.

Acompanhe Ana Porto no Programa Mundo Business do último domingo.

Qual o motivo desse fenômeno?

Segundo a Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), um dos motivos é a redução na disponibilidade de gados para abate. Com a redução na oferta, os preços ao consumidor se elevam. Além disso, com a seca em algumas regiões do país no ano, parte do pasto destinado a alimentação dos animais foi afetada, o que fez os custos dos pecuaristas aumentarem. Nesse sentido, parte deles são repassados para os consumidores.

Por outro lado, ainda existe outro fator: o dólar. Assim, a moeda americana geralmente afeta os pecuaristas de duas formas. Em primeiro lugar, a desvalorização do real aumenta as despesas na criação de animais, visto que alguns dos insumos são importados. Além disso, há maiores incentivos às exportações, uma vez que a receita arrecadada cresce com a valorização do dólar, isto é, o mercado externo se torna mais atraente.

Apesar desses movimentos, espera-se que, nos próximos meses, esse crescimento nos preços seja freado, visto que as empresas devem se ajustar em relação a corte de custos de produção, por exemplo, mas esse processo deve ocorrer de forma gradual.

O que fazer para contornar esse impasse?

Com o encarecimento da carne de boi, principalmente, os consumidores normalmente procuram por substitutos momentâneos para evitar o aumento expressivo dos gastos mensais. Nesse sentido, algumas outras fontes de proteínas que não sofreram tantos reajustes, como o ovo e as carnes de frango e porco foram mais procuradas nesse período. Mas cuidado com o aumento da demanda por eles, pois os preços podem subir levemente ao longo dos próximos meses em função do aumento da procura. Esse é mais um exemplo de como as variáveis da economia influenciam diretamente o dia a dia das pessoas e não apenas no tocante dos investimentos.