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Finanças de A a Z

por Ana Porto

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Entenda como investir no exterior residindo no Brasil

Apenas no primeiro trimestre de 2021, os investimentos líquidos dos brasileiros em ações no exterior, isto é, as compras menos vendas de ativos, somaram US$ 1,57 bilhões. Esse número já superou metade do resultado de 2020, de US$ 3,08 bilhões. Em reais, são mais de R$ 8,5 bilhões em 2021 frente a R$ 16 bilhões em todo o ano de 2020, e que por sua vez já equivalia a oito vezes o total de R$ 1,99 bilhões em 2019.

Acompanhe Ana Porto no Programa Mundo Business do último domingo

Quais os benefícios de investir em produtos fora do país?

Grande parte da instabilidade econômica no Brasil foi superada ao longo da década de 1990 e no início dos anos 2000, com o controle da inflação por meio do Plano Real e adoção do tripé macroeconômico. Mesmo assim, o país ainda possui desafios estruturais que, de alguma forma, influenciam e ocasionam crises. Nos exemplos mais recentes, entre os anos de 2015 e 2016, a ameaça da inflação e o descontrole dos gastos públicos assombraram a economia brasileira, junto dos diversos escândalos de corrupção investigados na operação Lava-Jato.

Por isso, diversificar seu portfólio e buscar economias mais seguras pode ser uma forma de blindar o seu patrimônio, fazendo exposição a outros mercados e riscos e não apenas concentrar no risco Brasil.

Como posso aplicar em empresas de fora?

Em primeiro lugar, os fundos de investimentos são uma das formas de realizar tais aplicações. Na verdade, se você já investe nesses produtos, é possível que parte da alocação esteja fora do país. Alguns podem destinar entre 20% e 40% do patrimônio para ativos financeiros no exterior, por exemplo. Nesse caso, a principal vantagem é a praticidade, pois o funcionamento é similar a qualquer outro fundo do mercado e são tributados diretamente na fonte sobre o ganho obtido.

Além disso, os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) são outra alternativa. Esses certificados representam ações emitidas de outros países, mas negociados no pregão da B3. Portanto, o investidor não investe diretamente nas ações, mas em títulos que as representam e que precisam ficar depositadas e bloqueadas em um custodiante.

Ainda, os Exchange-traded funds (ETFs) são fundos de índices, que procuram replicar a carteira atrelada a um indicador, acompanhando o seu desempenho. As cotas dos ETFs são negociadas de forma idêntica às ações, mas as cotas representam uma carteira com dezenas de papéis. Assim, é possível investir em fundos de índices que replicam o S&P 500, por exemplo, uma das principais referências do mercado americano. O IR é de 15% sobre o ganho obtido e não há isenção para vendas abaixo de R$ 20 mil por mês, como no caso das ações.

Por fim, existem também os fundos cambiais que têm a obrigação de investir pelo menos 80% dos recursos em dólares, euros ou em ativos que representem a variação dessas moedas, como títulos públicos ou privados. Assim, o principal fator de risco é a variação da moeda estrangeira ou do cupom cambial. Nesse sentido, ao aplicar seu dinheiro em um fundo composto majoritariamente por uma moeda forte como a norte-americana ou europeia, é possível blindar seu patrimônio.

Dessa forma, se você deseja se proteger dos riscos implícitos de uma economia emergente, mas não sabe como fazer isso da melhor forma, procure uma assessoria para diversificar ainda mais os seus investimentos!