Notadamente, um dos efeitos da pandemia foi o cancelamento de viagens, festas e idas a bares e restaurantes. Nesse contexto, segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), 56% dos brasileiros conseguiram guardar dinheiro no ano passado, devido à redução de gastos de maneira forçada.
Em comparação com 2019, quando não havia pandemia, apenas 34% das pessoas que economizaram apontaram que a redução desses gastos ocorreu forçadamente. Na prática, isso significa que, em 2019, cerca de 12 milhões de brasileiros disseram economizar em razão do corte de despesas. Já em 2020, o total saltou para mais de 20 milhões de pessoas. Esses também são dados do levantamento realizado pela Anbima entre a população economicamente ativa das classes A, B e C do país.
Outro dado que chamou atenção foi que 7%, algo próximo a 2,5 milhões de pessoas, afirmaram que guardaram porque "não tinham onde gastar". Nesse cenário, a pesquisa destacou que o fenômeno da poupança involuntária teve como uma das causas as restrições impostas pela quarentena.
Por outro lado, em 2020, a segunda maior razão para esse fenômeno foi a renúncia às compras desnecessárias, apontada por 24% dos que conseguiram economizar dinheiro. Em 2019, o item liderava entre as razões para cortar gastos, com 47% das respostas. Na sequência, vieram o controle das despesas e a reserva de parcela do salário mensal, indicados por 19% e 11%, respectivamente. Ambos apresentam queda em relação ao levantamento anterior, quando foram apontados como justificativas para a economia por 34% e 35%, respectivamente.
Hoje, com o avanço da vacinação e a retirada de algumas restrições, é possível que o padrão de gastos retorne a algo parecido com o ano pré-pandemia. Contudo, parte dos hábitos desenvolvidos ao longo desse período podem se manter. Essas serão tendências interessantes que serão reveladas ao longo das próximas pesquisas realizadas pela Anbima.
