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Finanças de A a Z

por Ana Porto

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Aumento de famílias endividadas no Brasil

Segundo o último resultado da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 69,7% das famílias fecharam o primeiro semestre de 2021 endividadas. Esse é o pior resultado desde o início da série histórica em 2010. Mas quais os motivos desse fenômeno?

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Destrinchando os resultados

A partir dos resultados do mês de junho, observou-se um aumento de 1,7% em relação a maio deste ano e de 2,5% em comparação ao mesmo mês de 2020. Além disso, o levantamento indica elevação na inadimplência: 10,8% das famílias declararam que não conseguirão pagar suas dívidas, se comparado aos 10,5% do último mês. Mas, na comparação anual, há uma queda de 0,8% nesse indicador.

Ao comparar por faixa de renda, nas famílias que ganham até 10 salários mínimos, o endividamento passou de 69% para 70,7% na comparação mensal. Em junho de 2020, 68,2% estavam no vermelho. Por outro lado, no caso do grupo com renda acima de 10 salários mínimos, também houve crescimento, de 64,2% para 65,5% na comparação anual.

Dentre os motivadores, o cartão de crédito continua como o maior vilão dos brasileiros, atingindo 81,8% dos domicílios do país. Esse número é ainda maior no caso de famílias com renda superior a 10 salários mínimos: 82,6%.

Por que as famílias estão tão afetadas?

De acordo com a CNC, os principais motivadores do forte endividamento são a inflação e a nova rodada do auxílio emergencial com valores inferiores às parcelas do ano passado. No acumulado até maio, o IPCA, índice de inflação oficial do país, atingiu 8,06% e o IGP-M, no acumulado do mesmo período, atingiu 37,04%.  Além disso, o desemprego é outro fator que influencia nesses resultados. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego atingiu a marca de 14,7%.

Dessa forma, para estabilizar esse cenário, o avanço na política de vacinação e a retomada econômica devem ser prioridade. Em suma, apenas com a retomada das atividades e do crescimento, que as famílias terão de volta os seus rendimentos e consequentemente poderão colocar suas dívidas em dia.