Em um ambiente em que as taxas de juros seguem historicamente baixas e com pressões inflacionárias, a caderneta de poupança teve rendimento real negativo no acumulado de 12 meses até junho, pelo 10º mês consecutivo. Por isso, se o seu objetivo é encontrar investimentos que, na prática, não te façam perder dinheiro, fuja desse produto!
Segundo levantamento realizado pela Economatica, plataforma de informações financeiras, a rentabilidade real da poupança, ou seja, o rendimento descontando a inflação, ficou no negativo em 6,26% em 12 meses até junho pelo 10º mês seguido. Esse é um dos piores resultados em 20 anos, quando em outubro de 1991 o poupador perdeu 9,72% no mesmo período.
Em junho, por exemplo, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,53% na comparação mensal. Por outro lado, nos últimos 12 meses, o acumulado é de 8,35%, maior valor desde setembro de 2016.
Nesse contexto, a poupança rendeu apenas 0,16%, em comparação com 0,31% do CDI, por exemplo, o principal referencial das aplicações de renda fixa. No primeiro semestre, o retorno da caderneta chegou a 0,83%, contra 1,28% do CDI e, em 12 meses, a 1,56%, enquanto o CDI teve variação de 2,28%.
Isso ocorre porque o rendimento deste produto toma como base 70% da Selic mais uma taxa de rendimento. Assim, com um nível baixo de retorno, nem o poder de compra perdido pela inflação é recuperado.
Entretanto, mesmo com retornos pouco atrativos, a poupança voltou a captar um volume considerável em junho, com entrada líquida de R$ 7,1 bilhões, a maior desde dezembro de 2020. Contudo, a forte captação ocorre em meio aos pagamentos de mais uma rodada do auxílio emergencial.
Apesar da alta captação, esse volume deve ser reduzido ao longo de 2021. Isso porque de acordo com o Boletim Focus do Banco Central, o mercado revisou pela 14ª vez seguida a inflação esperada para o ano. Assim, a mediana para o IPCA subiu de 6,07% para 6,11%. Dessa forma, ao longo do ano, a expectativa é que a caderneta continue rendendo negativamente em termos reais, o que deve ser um incentivo a mais para que o produto tenha perda de recursos aplicados.
Por fim, se o seu objetivo é potencializar seus ganhos em meio a um cenário de juros e inflação em alta, além de aplicar recursos em produtos que financiam atividades inovadoras e geradoras de emprego, renda e desenvolvimento econômico, para o momento atual, fuja da poupança!
