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Finanças de A a Z

por Ana Porto

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Quer investir? Não comece em Bitcoins!

Em 2018, havia 1,4 milhão de investidores em criptomoedas no Brasil, o equivalente a 0,7% da população. Por outro lado, o número de pessoas físicas na bolsa de valores não representava nem a metade, correspondendo a 813 mil, o equivalente a cerca de 0,38% da população do período.

Ou seja, as pessoas começaram a investir em criptomoedas, um ativo de alta volatilidade e um dos mais arriscados antes mesmo de entrar na bolsa, tudo isso na busca por lucros extraordinários e pela promessa de multiplicação fácil de patrimônio.

Nesse sentido, precisamos chamar a atenção para o fato de que o ideal é começar pelos produtos de investimento menos complexos para, apenas depois, em uma fase mais avançada de conhecimento, buscar maior risco.

Investimentos de risco e momento do investidor

A volatilidade é uma das características que mais podem incomodar o investidor da moeda, principalmente se o seu perfil não for tão arrojado. Dessa forma, ela indica o quanto o preço do ativo varia em determinado tempo. Prova disso é que, enquanto o Bitcoin multiplicou seu preço por praticamente cinco vezes desde meados do ano anterior, ele perdeu metade do valor em três meses de abril até o momento.

Mas então por que as pessoas investem em peso nessas moedas? A explicação é clara: promessas de ganho fácil e rápido. Todos veem notícias sobre o Bitcoin duplicando de preço, por exemplo. Porém, o que não falam é a possibilidade de estar do lado errado dessa balança e perder grande parte do dinheiro investido.

Afinal, as moedas digitais são uma nova tendência, e como toda nova tendência, podem ou não cair no gosto das pessoas e do mercado. Sem falar que essas moedas não possuem lastro, o que naturalmente também embute mais riscos.

Além disso, as métricas de desempenho desses ativos são muito escassas. Basicamente, a única delas é a cotação, enquanto empresas listadas em bolsa, por exemplo, possuem balanços e outras formas de mensuração de resultados concretos.

E qual é a solução?

O ideal é que você seja muito mais cauteloso ao começar a investir. Em um primeiro momento, crie a sua reserva de emergência, que pode variar entre 6 e 12 meses do valor dos seus gastos. Apenas depois é a hora de se voltar para investimentos de risco. Afinal, imagine se o Bitcoin está na mínima devido a volatilidade no momento em que você perde o emprego e precisará sacar seu dinheiro para pagar as despesas.

Além disso, pode ser um bom caminho começar com renda fixa, investimentos em bolsa e fundos, entre outros, para apenas depois colocar o pé nas criptomoedas. Neste momento, vale também fazer um gerenciamento de riscos dos seus investimentos em moedas digitais, aportando valores baixos de seu patrimônio investido se você é um investidor agressivo, caso seja um investidor intermediário ou conservador deve avaliar bem e verificar se aceita a oscilação desse tipo de investimento.

Ainda, para definir melhor essa distribuição da carteira de investimentos, é sempre importante contar com um profissional qualificado da área, de forma a analisar suas metas, objetivos e perfil de investidor, de forma a traçar um portfólio que atenda essas necessidades.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.