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Finanças de A a Z

por Ana Porto

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Cuidado! 6 em cada 10 brasileiros estão endividados

O endividamento das famílias brasileiras bateu recorde. De acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados neste mês, a taxa de endividamento brasileira chegou a 58,5% em abril, no maior patamar da série histórica desde 2005.

Para calcular a taxa, o BC leva em consideração as dívidas bancárias totais dos brasileiros em relação à sua renda no período de 12 meses.

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O cartão de crédito cobra mais de 300% ao ano de juros

O crédito nasceu para ser a solução, auxiliando no processo de crescimento de empresas, por exemplo, por meio do financiamento de seu processo de crescimento. Mas muitas pessoas acabaram não compreendendo a função do crédito e agindo com descuido, de forma a acumular cada vez mais dívidas. Em outros países mais desenvolvidos, por exemplo, os empréstimos são bem mais facilitados à população, mas a inadimplência (dívidas não pagas), não costumam ser tão altas quanto aqui.

Ou seja, o que era a solução acaba virando um problema para grande parte dos brasileiros. Um dos fatores para esse recorde histórico observado é a pandemia, que apertou as contas dos brasileiros, fazendo com que muitos utilizassem o crédito para pagar despesas do dia a dia ou mesmo para manter negócios vivos.

Vale ressaltar que apesar de esta ser uma situação excepcional, alguns cuidados deveriam ser e não são tomados no país. Nesse sentido, a primeira observação é não utilizar cartões e cheque especial, por exemplo, para pagar coisas que você não pode comprar. Isso é um absurdo: é fundamental ter a noção de que tudo que está no crédito tem de ser pago com dinheiro de verdade e as parcelas se somam!

Além disso, tudo bem usar o cartão dentro do limite, mas acumular dívidas por meio deste instrumento é uma das piores formas que você pode utilizar. Isso porque trata-se de uma das taxas de juros mais elevadas do mercado, com maior potencial de fazer suas dívidas virarem uma bola de neve.

Nesse sentido, a taxa média cobrada no cartão de crédito rotativo para o cliente regular, ou seja, aquele que quita 15% da fatura no prazo regular e parcela o restante, foi de 306,2% ao ano em março de 2021. Já para o cliente não regular, que não fez nem mesmo o pagamento mínimo, a taxa foi de 356,8% ao ano no mesmo período.

Isso significa que você está mais do que quadruplicando a sua dívida em um ano!

O cenário, dessa forma, se torna ainda pior, visto que 70% das dívidas hoje estão no cartão de crédito.

Endividamento não é o mesmo que inadimplência

Apesar de muitas famílias estarem endividadas, isso não significa que elas estão inadimplentes. Entre os endividados, os inadimplentes são aquelas pessoas que estão sem pagar há mais de 90 dias.

Ou seja, é natural tomar crédito desde que isso vá fazer bem para seus negócios no longo prazo e haja condições futuras de pagamento que valem a pena, mas quando não há condições para pagar tem-se um problema.

Assim, apesar da alta do endividamento, a inadimplência subiu, mas não explodiu com a pandemia. Em abril deste ano, levantamento do Serasa Experian apontou que os inadimplentes eram 62.981.572, o equivalente a cerca de 39,5% da população adulta.

No Espírito Santo, o Serasa apontou uma inadimplência maior, de 41,5%, atingindo 1.276.381 pessoas

Um fator que auxiliou neste processo foi a flexibilização por parte de muitos bancos para renegociaram com os clientes para controlar a inadimplência. Por isso, até mesmo se você está entre essas pessoas sem condições de pagamento, procure as melhores alternativas de pagamento com o banco.

Por fim, para saber como zerar suas dívidas, confira algumas dicas aqui.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.