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Finanças de A a Z

por Ana Porto

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Como se preparar para sair da casa dos pais

Não são raros os casos de pessoas que saem de casa sem a menor preparação e acabam passando por dificuldades. Não seja essa pessoa: se você tem condições de permanecer na casa dos seus pais até estar pronto financeiramente para administrar sozinho a sua vida, fique.

Hoje vamos falar sobre o que analisar ao tomar essa decisão e como bolar um plano para estar preparado quando chegar a hora de trilhar seu caminho.

Primeiro passo: decidir se vale a pena sair de casa

Um dos maiores erros de pessoas jovens é dar esse passo e não pensar nas consequências. Geralmente, ao morar com os pais, não se tem muita noção da quantidade de despesas a serem pagas. Por isso, analise as alternativas e a sua situação antes disso.

Mas como? Olhe para fatores internos e externos, ou seja, aqueles que você domina e os que não domina. Sobre os que você não domina, esteja prevenido para se vierem a acontecer ao se mudar. Em relação aos que domina, faça contas e prepare-se.

Vale lembrar que essa não é uma decisão apenas financeira, mas também referente a tempo, relações familiares e outras questões emocionais. Fatores como independência, liberdade e um espaço controlado por você para fazer suas tarefas diárias podem ser ótimas vantagens.

Mas também deve-se levar em conta se você está preparado para se separar dos seus pais, se terá tempo para lavar roupas, cozinhar e cuidar da casa, visto que em muitos lares essas tarefas não são feitas pelos filhos ou são feitas em menor escala. Se você não tem esse tempo, pense também se há condições financeiras para pagar para que alguém execute essas tarefas. E se isso vale a pena para você.

Trata-se sempre de um balanceamento entre custos e benefícios.

Após a decisão, faça contas

Quando já tiver tomado a decisão de sair de casa, siga os passos a seguir para estar preparado:

1) Você vai morar sozinho ou dividir o apartamento com alguém? Quanto precisa para cada uma dessas opções? Veja qual padrão de apartamento mais se adequa a você e pesquise os preços.

2) O segundo passo é estimar os gastos fixos e variáveis que você teria ao morar sozinho. Vale lembrar que isso varia de acordo com a localização do seu apartamento, por isso a relevância de pesquisar a moradia primeiro. É importante ressaltar que deverá incluir todos os custos e não apenas os de moradia. Coloque tudo o que for possível, como na lista abaixo:

Aluguel ou Parcela de Financiamento;

Taxa de condomínio;

Mensalidade da academia e internet;

Assinaturas de serviços de streaming;

Plano de celular pré-pago;

Cursos;

Prestação de um automóvel;

 

Conta de água e energia;

Plano de celular pós-pago;

Gastos com alimentação, transporte e lazer;

Lazer;

Alimentação;

Remédios;

Presentes;

Consultas médicas;

3) Depois de calcular quanto seria o seu gasto mensal, veja se seu salário cobre. E mais, o ideal é que estes custos sejam equivalentes a no máximo 80% da sua renda, de acordo com o método 50/30/20.

4) O ideal é que você tenha uma reserva financeira antes de sair da casa dos seus pais. Para que estes requisitos sejam atendidos, você deve estar, no mínimo no estágio da estabilidade financeira, o que significa que você já possui uma reserva que cobre de seis a doze vezes o seu custo mensal. No gráfico ao lado, você pode conferir as principais etapas deste processo de evolução da vida financeira.

Esta é a reserva de emergência para cobrir eventuais imprevistos, como se você perder o emprego, por exemplo. Poupe e invista este valor antes de sair de casa.

5) Mas não basta apenas acumular uma reserva de emergência: você precisa cobrir os gastos da mudança. Coisas como toalhas, pratos, vasilha, entre outros.  Raramente esses gastos são considerados ao pensar na saída de casa, mas estes custos batem na porta em algum momento.

Além disso, se você for montar um apartamento do zero, precisará comprar móveis, eletrodomésticos, entre outros. Estas despesas precisam ser pensadas. Por isso, faça uma lista das coisas que deve precisar, estime o valor a ser gasto nelas.

Aqui há duas opções: acumule este valor antes de se mudar para poder pagar à vista. Caso não seja possível, veja se as parcelas (sem juros sempre) cabem no seu orçamento mensal.

6) Some o valor necessário para acumular com base nos passos acima. Com base nisso, calcule quanto será necessário poupar mensalmente e durante quanto tempo.

Depois desse tempo, você já pode se mudar.